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domingo, 28 de fevereiro de 2010

A soja ajuda a emagrecer e a controlar o diabete


Ícone de uma alimentação balanceada, a soja deixou o berço chinês para abraçar o mundo. Respeitada pela ciência, ela ganha um espaço cada vez maior no prato do brasileiro. E, agora, novas pesquisas sedimentam seu papel contra as epidemias do nosso milênio, como a obesidade, o diabete e o câncer



Foi-se o tempo em que a leguminosa era venerada apenas no Oriente e parecia uma exclusividade do cardápio vegetariano. Os limites geográficos do seu cultivo se expandiram, os centros de estudo se empenharam em decifrar suas dádivas à saúde e, de olho numa vida longa, os ocidentais passaram a incluí-la na dieta. Ainda há quem torça o nariz ao experimentar o grão in natura, mas ninguém pode negar sua vocação de protetor do organismo. E a indústria, antenada à tendência, multiplica as opções de consumo para quem quer degustá-lo sem sentir seu sabor peculiar — no suco, no hambúrguer e até no chocolate.


A soja é destaque em qualquer evento que reúna experts em alimentação. Não foi diferente no último Congresso Latino-Americano de Nutrição, realizado no início de novembro em Santiago, no Chile. Ali, o mundo científico trocou novos conhecimentos sobre os potenciais da leguminosa, que congrega proteína de primeira linha, gorduras do bem, fibras, vitaminas e minerais. A proteína, por sinal, não só corresponde a 40% da sua composição como protagoniza boa parte de seus efeitos protetores.


Uma pesquisa apresentada no encontro prova que, além de aliar-se à fibra para espantar o diabete tipo 2, ela previne complicações do distúrbio, como a insuficiência dos rins. “Notamos que a proteína da soja ajuda a regular os níveis de açúcar e insulina no sangue, diminuindo o risco da doença renal”, disse a autora, Alison Duncan, professora de nutrição da Universidade de Guelph, no Canadá.


No simpósio destinado exclusivamente ao grão, a estudiosa Ratna Mukherjea, líder de ciências clínicas da Solae, uma das maiores empresas de pesquisa e comércio de ingredientes à base de soja no planeta, expôs o poder da proteína frente à obesidade. “Ela induz a saciedade, ajuda a perder gordura e a preservar a massa magra”, disse. “E, como qualquer proteína de alta qualidade, dá mais trabalho para ser digerida”, explica ainda o nutrólogo gaúcho Carlos Alberto Werutsky, da Associação Brasileira de Nutrologia.


A proteína da soja, aliás, não fica atrás da similar de origem animal em termos de características nutricionais (veja o quadro ao lado). Embora não seja tão completa quanto o mesmo ingrediente oferecido pelo ovo ou pelo leite, o vegetal tem lá suas vantagens. “Uma delas é ofertar a substância sem levar consigo gordura saturada e colesterol, que favorecem males cardiovasculares”, afirma a nutricionista Marcela Roquim Alezandro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo.


Ainda em terra chilena, uma conferência sobre alimentos funcionais — aqueles que nutrem e previnem doenças — divulgou outros achados sobre componentes da proteína da soja capazes de queimar quilos extras e desarmar o começo de um câncer. São os chamados peptídeos bioativos, explorados no laboratório da pesquisadora Elvira De Mejía, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. “A betaconglicina, por exemplo, participa da inibição do acúmulo de gordura”, contou a professora.


A lunasina é outra arma microscópica que barra tumores. Apesar de ser pouco absorvida pelo organismo, ela se intromete na progressão da doença ainda em fase inicial, contribuindo para a destruição das células malignas. “Nossa ideia é identificar todos esses compostos, isolá-los, testá-los e, enfim, adicioná-los a uma série de alimentos”, proferiu Elvira. Já um estudo recém-publicado pelo Chidren’s Hospital Oakland Research Institute, nos Estados Unidos, demonstra que uma molécula encontrada no conteúdo oleoso do grão batalha contra as células mutantes que formam o tumor de cólon de intestino.


Em meio a esse celeiro de agentes anticâncer, porém, o mais aplaudido é uma substância investigada há anos: a isoflavona. “Por causa dela, há indícios de que o consumo regular da soja e dos seus derivados diminua o risco de tumor de mama, próstata e cólon”, conta o bioquímico José Marcos Mandarino, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa-Soja, em Londrina, no Paraná. “A isoflavona tem elevado poder antioxidante”, justifica Marcela. Em outras palavras, é um petardo contra os radicais livres, moléculas que podem lesar o DNA e abrir caminho ao próprio câncer.


Essa defesa dos genes parece ser, inclusive, a chave para a longevidade. Uma pesquisa fresquinha da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, indica que as isoflavonas acionam proteínas que zelam pela integridade do DNA, preservando as células e, em última instância, computando a nosso favor muitos anos pela frente.


As isoflavonas são, de fato, personagens principais de uma história à parte. E, como em qualquer boa trama, já passaram por altos e baixos. “Estudos sugerem que elas podem provocar queda da imunidade e problemas de tireoide em pessoas com tendência ao distúrbio”, diz a endocrinologista Ruth Clapauch, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Qualquer risco, no entanto, implica ingerir uma quantidade monstruosa do ingrediente, o que demandaria baldes de soja. Então, sossegue.


Outra polêmica recente envolve o consumo pela ala masculina. Trabalhos tentaram revelar um elo entre a ingestão frequente de soja e a infertilidade entre homens, mas nada foi comprovado. “É uma grande bobagem”, opina Mandarino. A pretensa conexão foi motivada pelo fato de a substância imitar, dentro do corpo, um hormônio feminino. “A isoflavona tem estrutura parecida com a de um tipo de estrogênio e, assim, pode ocupar seu lugar no receptor da célula”, explica Marcela.


Daí por que ainda se especula sobre os benefícios da substância às mulheres que atravessam a menopausa, como minimizar ondas de calor. “No entanto, como sua ação é mais fraca, não deve ser considerada uma alternativa à reposição hormonal”, salienta Ruth. De qualquer forma, incluir a soja no menu continua liberado — só exige, como tudo na vida, bom senso.


Quer mais um bom motivo para prestigiá- la? Ela resguarda o coração. A isoflavona é uma espécie de guarda-costas dos vasos sanguíneos. “Ela participa da redução dos níveis de LDL, o colesterol ruim”, afirma Mandarino. “E ainda pode elevar as taxas de HDL, o colesterol bom, e abaixar as de triglicérides.” O potencial antioxidante entra em cena mais uma vez. “A molécula evita a oxidação do LDL, condição que dá origem às placas que entopem as artérias”, explica a nutricionista Martine Hagen, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.


O complô em prol dos vasos é intensifi- cado pelas já mencionadas proteínas. “Elas inibem uma enzima no fígado responsável pela produção do colesterol”, aponta a nutricionista Hércia Martino, da Universidade Federal de Viçosa, no interior mineiro. E as fibras fornecidas pelo grão complementam essa força-tarefa contra as partículas gordurosas. “Elas impedem sua absorção no intestino”, diz Martine. O resultado desse trabalho em equipe é desafogar as artérias, que não ficam reféns do trânsito carregado de gorduras — o estopim para infartos e derrames.


A questão é que hoje a soja não só avançou na agricultura como invadiu os supermercados. E, cá entre nós, isso facilita a vida de quem não sabia como introduzir o grão na rotina. Se você não o suporta em saladas nem curte a proteína texturizada (a popular carne de soja), dá para lançar mão de produtos que nem sequer lembram o gostinho da leguminosa, como iogurtes, sucos de frutas, barras de cereal e chocolates. Para agradar o freguês, até quibe e salsicha de soja já são encontrados nas gôndolas.


Para os que decidirem convidar a semente em pessoa para vir à mesa — e é nela que se encontra o melhor mix de nutrientes —, valem alguns cuidados no preparo. A soja também tem fatores antinutricionais. “São substâncias como o ácido fítico, que podem inibir a absorção de minerais”, explica Hércia. Nada que não seja remediável com uma breve passagem pelo forno (veja o quadro à direita). Com o grão e as inumeráveis opções disponíveis, a soja tem espantado a resistência e caído nas graças dos onívoros que buscam décadas e décadas de vigor.

Fonte: Revista Saúde - fevereiro/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Exercício após os 40 anos...


A vida tem início aos 40 anos? No que diz respeito à prática de atividades físicas, para muitas pessoas, o ditado popular não poderia ser mais verdadeiro. O foco na carreira e na família frequentemente é usado como justificativa para a demora em encarar as academias, mas ainda há esperança para quem quer recuperar o tempo perdido e prestar mais atenção à saúde. Pelo menos, essa é a proposta de A Vida Começa aos 40 (Editora Leya), livro do professor, preparador físico e personal trainer José Alexandre Filho.

Quatro meses para reconquistar o físico perdido após anos e anos de sedentarismo pode parecer uma verdadeira missão impossível em um primeiro momento, mas nada que uma boa dose de determinação não resolva. José Alexandre propõe uma rotina de treinos dividida em cinco fases, cuja intensidade aumenta com o tempo.

— O programa foi montado para pessoas comuns. O Daniel (voluntário usado pelo personal trainer para testar o programa) ia para a academia quatro vezes por semana, durante duas horas por dia. Ao final do teste, o aluno-modelo perdeu 11 quilos de gordura, ganhou seis quilos de massa muscular e baixou sua gordura corporal de 23,29% para 11,93%.

Além de se movimentar, José Alexandre frisa que adotar uma alimentação balanceada e mudar o estilo de vida — ao menos temporariamente — são essenciais para garantir o sucesso da empreitada. Segundo ele, até o modo como a pessoa lida com o próprio círculo de amizades precisa ser repensado, uma vez que é comum amigos e familiares boicotarem o programa alheio.

— As pessoas acham difícil porque não têm disciplina para investir. Isso até verem os resultados. É preciso quebrar o paradigma de que perder a barriga não é coisa de homem. É mais fácil tomar cerveja com os amigos do que ir treinar.

Fonte: Blog do Vida - 13.02.10

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ficar sentado por muito tempo é ruim para a saúde


Estudos mostram que a inatividade é perigosa mesmo para as pessoas que praticam exercícios



Dois estudos jogam um banho de água fria naqueles que curtem passar horas sentados em frente à TV ou ao computador. O primeiro, publicado na revista Circulation: Journal of the American Heart Association, revelou que a cada hora que gastamos assistindo TV os riscos de morrer de um acidente cardiovascular aumenta 18% e de falecer por qualquer outra causa, 11%.


A ligação entre ver TV e morrer de uma doença cardíaca existe não apenas entre aqueles que são obesos e estão acima do peso, mas mesmo entre pessoas que se exercitam e mantêm um peso considerado dentro dos parâmetros normais.


A segunda pesquisa vem da Suécia. Publicada na edição online do British Journal of Sports Medicine, ela afirma que, independentemente de você malhar ou não, as chances de desenvolver diabetes crescem muito com a inatividade, ou seja, passar longos momentos com o bumbum grudado na cadeira.


Os dados mostraram que os riscos de ter síndrome metabólica, um conjunto de sintomas que podem levar ao diabetes, subiram 26% a cada hora extra que mulheres gastaram na frente da TV, independentemente de elas se exercitarem ou não.


Os pesquisadores, do Instituto Karonlinska, afirmam que a única maneira de minimizar esses efeitos é reduzir o tempo que passamos inativos, ou seja, sem atividade muscular. Eles sugerem algumas poucas mudanças no dia a dia, como subir as escadas ou invés de pegar o elevador ou andar no escritório por alguns minutos durante o dia.


Fonte: Revista SportLife - 04.02.10

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Malhação cerebral


Mais um benefício a comemorar: correr melhora a capacidade de guardar memórias, essencial no processo de aprendizagem


Os benefícios à saúde oferecidos por corridas regulares já são velhos conhecidos. Entretanto, cientistas jamais compreenderam a curiosa capacidade do exercício de aumentar o poder cerebral. Agora, pesquisadores creem ter encontrado a resposta. Neurocientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em parceria com o Instituto Americano de Envelhecimento, em Maryland, demonstraram que correr estimula o cérebro a desenvolver massa cinzenta fresca, além de ter grande impacto na habilidade mental.


Em um experimento com ratos ativos e sedentários, poucos dias de corrida levaram ao crescimento de centenas de milhares de novas células cerebrais, que aumentaram a capacidade de reter memórias sem confundi-las, habilidade crucial para o aprendizado e outras tarefas cognitivas. Os novos neurônios apareceram em uma região ligada à formação e à recordação de memórias. O trabalho revela a razão pela qual corridas e demais exercícios aeróbicos melhoram a memória e o aprendizado, e potencialmente desaceleram a deterioração das capacidades mentais, fato comum com o avanço da idade.


– Sabemos que exercícios podem ser bons para um cérebro saudável, mas esse trabalho explica o mecanismo do efeito – afirma Timothy Bussey, neurocientista comportamental e autor do estudo.


A pesquisa sugere que os exercícios têm papel vital na manutenção do cérebro ao encorajar o crescimento de novos neurônios. Estudos anteriores mostram que a “neurogênese” é limitada nas pessoas que sofrem de depressão, mas que a situação pode melhorar com a prática esportiva regular. Alguns antidepressivos funcionam como estimulantes para o crescimento de novas células nervosas.


Cientistas não sabem exatamente por que a atividade física dispara o crescimento da massa cinzenta, mas o processo pode estar ligado à maior circulação de sangue ou a níveis mais altos de hormônios liberados com o esforço. Praticantes também reduzem o estresse, condição que inibe o nascimento de novas células, por meio do hormônio cortisol.


Fonte: Caderno Vida - ZH - 06.02.10