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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Evite a Ressaca do final de ano!!


Confira as dicas a seguir para fugir “daquela” ressaca nas comemorações de Ano-Novo


Você certamente já acordou depois do Natal ou do Réveillon com uma dor de cabeça dos diabos prometendo que nunca mais vai repetir a dose, não? É possível evitar todo esse mal estar? Todas as bebidas alcoólicas são variações do etanol e o fígado e o cérebro lidam com essa substância da mesma forma, não importa se tomou um champanhe francês ou uma cerveja. Ainda assim, alguns drinks contêm ingredientes que não só fazem a diferença em quão rápido o álcool é absorvido pelo corpo como no modo como você acordará no dia seguinte.


Vodca: feita de grãos fermentados, é purificada e fermentada repetidas vezes, até que fique o mais claro possível. Como não contém carboidratos ou açúcares, só possui as calorias vindas do etanol (7 cal por grama), fazendo com que seja uma das bebidas menos engordativas. Uma dose de 35 ml de vodca tem 72 cal. Apesar do alto conteúdo alcoólico – cerca de 40% -, é a que menos chance tem de provocar ressaca, diz estudo publicado na revista da Associação Britânica de Medicina.


Uísque: destilado de grãos fermentados, como o trigo ou a cevada e envelhecido em tonéis de madeira. Uma dose de 35 ml tem 80 calorias. Uísque de malte puro, também chamado de single malt, contém altos níveis de ácido elágico, que inibe o crescimento de tumores causados por certos carcinogênicos e matar as células cancerosas sem prejudicar as sadias. Para reduzir a absorção da bebida pelo corpo, você tem de tomá-la superdiluída ou com um ingrediente calórico, por exemplo, creme, como acontece com o Baileys. O uísque tem muitas substâncias formadas durante o processo de envelhecimento nos tonéis de carvalho. Um estudo mostrou que o bourbon, por exemplo, tem duas vezes mais chance de provocar ressaca que a vodca.


Vinho branco: feito a partir da fermentação de suco de uva. Uma taça de 175 ml tem 130 calorias. Pesquisadores americanos descobriram que a uva contém substâncias chamadas de tirosol e hidroxitirosol, que ajudam a baixar os níveis do colesterol do mal. Entretanto, ele contém sulfitos, formados naturalmente ou adicionados ao vinho, para impedi-lo de ficar escuro. Esses compostos são os que provavelmente causam a chamada de ressaca de vinho branco.


Vinho tinto: ao contrário do branco, é feito a partir da fermentação do suco da uva junto com a casca e as sementes. Ele é deixado para amadurecer ao menos por três anos. Com menos quantidade de açúcar que o vinho branco, tem 120 calorias em uma taça de 175 ml. Contém mais resverastrol, um poderoso antioxidante que ajuda a prevenir coágulos e redução a inflamação, dois dos eventos ligados às doenças do coração. A ressaca é pior que a da cerveja e a do vinho branco porque o vinho tinto, além do etanol, contém metanol. O fígado processa o etanol primeiro e o metanol por último. Por isso, o mal estar no dia seguinte ainda é forte.


Cerveja: é a mais calórica. Um copo de 400 ml tem cerca de 200 calorias. Ainda assim, é a menos maléfica para o corpo, já que contém o menor teor de álcool: entre 3% e 6%. Mas a cerveja tem elevado teor de compostos chamados purinas, que aumentam os níveis de ácido úrico no sangue. Estudo mostrou que dois copos por dia dobra a chance de uma pessoa ter gota.


Fonte: Revista Sport Life - 16.12.09

sábado, 26 de dezembro de 2009

Em 2010, eu prometo


Não basta ter vontade para começar. O desafio é continuar a se exercitar


Que tal renovar suas promessas de levar uma vida mais ativa? O desafio é fazer a euforia se manter durante o próximo ano. Sem continuidade, os ganhos são apenas estéticos e temporários, em vez de se reverterem em benefícios à saúde.


Segundo especialistas, quem faz alguma atividade pelo menos três vezes por semana reduz as chances de doenças cardíacas, diabetes, hipertensão arterial, osteoporose, apneia do sono, entre outras enfermidade. O gasto de energia ainda ajuda na perda de peso e contribui para a diminuição do estresse.


O primeiro passo para que o exercício se torne um hábito é tomar a decisão e começar. O segundo, resistir ao período de adaptação. Nos primeiros dois meses de atividade, são comuns dores musculares, parte do processo de ganho de força e massa muscular. Entretanto, apesar das dores, os benefícios são muito maiores.


Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva aponta que o exercício físico é mais importante para perder peso do que a dieta. A privação alimentar faz com que a pessoa desanime e não leve o programa adiante. Já a atividade física mexe com o centro de prazer do cérebro, dá energia. E, ao ver os resultados da dedicação, passa a adotar mais cuidados à mesa.


Já estudiosos da Universidade de Vermont (EUA) comprovaram que a euforia proporcionada pelas endorfinas, moléculas despejadas no cérebro durante a atividade física, perdura por 12 horas. Ou seja, praticar exercícios, além de beneficiar o condicionamento físico, melhora o humor.


*.*Como escolher a academia ideal*.*


Localização: prefira um local próximo à sua casa para evitar a preguiça. Tipo: prefere aparelhagem de última geração, um lugar badalado, uma academia pequena? Tenha isso em mente.


Horário: visite o local no horário em que pretende frequentá-lo. O ideal é que o professor dê conta de dar atenção a todos.


Limpeza: verifique a higiene e ventilação do local, inclusive dos vestiários.


Equipamentos: o ideal é combinar bons e variados aparelhos com a atenção dos professores.


Professores: devem ser capacitados (formados em Educação Física ou cursando o mesmo) e atentos às execuções dos exercícios.


Orientação: veja se existe um serviço de avaliação e orientação física.


Aula teste: antes de pagar a primeira mensalidade, experimente o serviço. Pesquise: visite outros espaços, veja como são as aulas e pergunte para alunos ou conhecidos sobre os serviços.


Qual a aula que te interessa??? Experimente!!!


- RPM (spinning): ciclismo em grupo, com bicicleta ergométrica. Os exercícios, com música, simulam vários percursos, como subida e descida de ladeiras. Na bicicleta, há um graduador de carga. (http://personalwaylu.blogspot.com/2009/07/o-ciclismo-indoor-como-pratica-possivel.html)


- Body pump: aula com pesos (utilizando uma barra e anilhas) sincronizada com músicas. Exercícios trabalham agachamento, peito, costas, glúteos, posteriores da coxa, tríceps, bíceps, ombros e abdominais. (http://personalwaylu.blogspot.com/2009/07/devo-escolher-musculacao-ou-body-pump.html)


- Body step: aula com música que pratica-se subindo e descendo um banco de step e executando simultaneamente movimentos de braços, com ou sem halteres.


- Power jump: aula com música cujo movimento básico são saltos em trampolins em miniatura. Os exercícios praticados aliam drenagem linfática, resistência e movimentos de alta contração dos músculos das pernas. (http://personalwaylu.blogspot.com/2009/07/power-jump-e-drenagem-linfatica.html)


- Body balance: trabalha o condicionamento postural e utiliza técnicas de disciplinas como ioga, tai-chi e pilates. Desenvolve força, equilíbrio e flexibilidade.


- Body attack: com música, trabalha movimentos atléticos, muitos derivados de esportes como vôlei, basquete e tênis.


- Body combat: combina vários estilos de artes marciais e ginástica com ritmos explosivos.


- Boxe: trabalha exercícios como pular corda e saltitar e técnica específicas, como dar socos. É ótima para queimar calorias e fortalecer músculos.


- Hidroginástica: ginástica na água que combina diversos exercícios aeróbicos. Não é preciso gostar de nadar para praticar.


- Pilates: proporciona um corpo malhado sem musculação convencional. Os exercícios são feitos em aparelhos com estruturas de madeira e metal, com molas e tiras de couro.


- Ioga: se for vigorosa, ajuda a tonificar a musculatura e melhora a flexibilidade. Também aumenta a concentração e melhora a postura durante a corrida.


Fonte: Caderno Vida da ZH - 26.12.09

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Problemas na tireoide




Para todos meus alunos, amigos e leitores do meu blog... Uma mensagem!!!
Feliz Natal e um 2010 cheio de alegrias!!!

Bjos, Lú





Não só ganho de peso, mas coração fora do ritmo, intestino desregulado, queda de cabelo, pele ressecada e até depressão — a origem de tantos tormentos pode estar em um só canto do corpo, bem ali no pescoço. Saiba por que esses problemas se tornam cada vez mais comuns e como arremeter suas repercussões

Desde que o anatomista flamengo Andreas Vesalius (1514-1564) fez a primeira descrição científica da tireoide, ainda no século 16, a glândula com o formato de borboleta jamais saiu dos holofotes da medicina. Nos últimos anos, então, ela frequenta rodas de conversa que não se restringem à turma do jaleco branco. O motivo, infelizmente, é que os distúrbios tireoidianos, capazes de ressoar literalmente das unhas dos pés aos fios de cabelo, estão em ascensão. Sem dúvida aumentou o número de diagnósticos — algo que se deve à atenção crescente dos clínicos e aos avanços nos exames. Mas o fenômeno, observado no consultório médico, não é reflexo só disso. O que pode explicá-lo?
Uma das respostas estaria no consumo excessivo de uma das matérias primas dos hormônios tireoidianos, o iodo. “Em pessoas que já têm predisposição genética, o excesso da substância pode puxar o gatilho para o hipotireoidismo, quando a glândula produz menos do que o necessário”, afirma Geraldo Medeiros, professor de endocrinologia sênior da Universidade de São Paulo. Pois é isto: o exagero de iodo, assim como a falta do mineral, atrapalha a linha de montagem dos hormônios. “Muito iodo pode fazer com que a tireoide passe a ser vista como estranha pelo sistema imune, que envia anticorpos para atacá-la”, explica Medeiros. O desfecho da história é uma doença autoimune batizada de tireoidite de Hashimoto, a principal causa de hipotireoidismo. Para entender essa questão, porém, é preciso fazer uma breve viagem ao passado. Quando faltava iodo na alimentação, pululavam episódios de uma doença séria, marcada pelo inchaço do pescoço — o bócio endêmico.
Com o intuito de remediá-la, foram criadas, a partir da década de 1940, leis obrigando a inclusão do mineral no sal de cozinha — a proporção adotada pela legislação em 1995, por exemplo, foi de 40 a 60 miligramas por quilo do ingrediente. “Mas em 1998 a quantidade máxima de iodo pôde ser estendida a até 100 miligramas, um teor muito alto”, considera Medeiros. O abuso foi liberado até 2003, quando as autoridades deram um passo atrás e reduziram o limite para entre 20 e 60 miligramas. O problema é que, nesse meio-tempo, muita gente se refestelou de sal iodado e acionou, sem querer, a alavanca que desgoverna a tireoide — que, às vezes, demora um tempo até entrar em queda livre.
Hoje, no entanto, há outro dilema. “O sal tem menos iodo, mas o brasileiro ainda o consome mais do que o recomendado”, aponta o endocrinologista Hans Graf, presidente da Sociedade Latino- Americana de Tireoide. Ora, quem despeja o conteúdo do saleiro no prato, além de ficar exposto à hipertensão, ganha de brinde iodo em demasia. No final das contas, é a tireoide que entra em parafuso. Calma, ninguém está fazendo campanha para abolir de vez o tempero. A presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Edna Kimura, lembra, inclusive, que regiões do país sem acesso à versão iodada ainda sofrem com o bócio. “A mensagem é não exagerar”, diz.
Outras hipóteses buscam justificar tanta tireoide fora de rota. “Especula-se que agentes químicos presentes em alimentos e em produtos de limpeza possam estar relacionados a disfunções da glândula, mas nada foi comprovado”, diz Danielle Andreoni. Há quem desconfie ainda dos efeitos da poluição e até do estilo de vida — o estresse, por exemplo, daria permissão de decolagem a doenças autoimunes por trás do desequilíbrio.
Mas não são apenas as desordens hormonais que alçam voo. Um levantamento do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos revela que o tipo mais comum de tumor de tireoide avança velozmente em prevalência — e isso também ocorre no Brasil. “Uma das razões é o uso de técnicas de imagem e biópsia sofisticadas”, afirma Elaine Ron, uma das pesquisadoras que assinam o trabalho americano. “Antes, a doença muitas vezes passava despercebida e, hoje, a observação mais atenta possibilita sua detecção precoce”, avalia a professora Edna Kimura. Mistérios ainda pairam no ar quanto à escalada desse câncer. Não há nenhuma prova cabal contra o iodo nem contra substâncias químicas espalhadas no ambiente. “Suspeitamos, inclusive, de uma influência da obesidade”, conta Elaine. E os quilos extras não pesam apenas nos tumores. Um estudo italiano prova que a criançada gordinha está na linha de frente da tireoidite de Hashimoto. “O estado de inflamação típico do excesso de peso propicia alterações na glândula”, assegura Giorgio Radetti, o autor da pesquisa. “Felizmente, ela volta ao normal quando a criança entra em forma.” Do contrário, é dada a largada para distúrbios que podem se perpetuar pela vida inteira.
Depois de vislumbrar em nosso mapa tantas repercussões, já deu para perceber que a tireoide segue aquele velho preceito de que a virtude é o meio-termo. Nem hormônio de mais nem de menos. Quando respeitada, essa fórmula assegura o desenvolvimento da criança, torna real o sonho da maternidade e garante disposição para a vida inteira. Ao longo dos anos, até os olhos podem espelhar uma tireoide equilibrada. Um trabalho da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, mostra que os problemas na glândula catapultam a probabilidade de glaucoma, o aumento da pressão intraocular capaz de levar à cegueira. “Tanto o hipo quanto o hipertireoidismo parecem elevar esse risco”, diz o autor do estudo, Gerald McGwin.
No entanto, muito antes de essa ameaça despontar, serão outras as queixas que conduzirão uma tireoide em pane ao endocrinologista. Cansaço crônico, depressão, arritmia... Com base nessas pistas, o médico investigará se o culpado pelos descompassos é, de fato, a glândula. As suspeitas são sempre maiores quando quem pisa no consultório pertence ao sexo feminino. “As disfunções são cerca de cinco vezes mais comuns nas mulheres”, estima Mário Vaisman. Segundo o professor Geraldo Medeiros, além dos genes, alterações hormonais durante a gestação são responsáveis por essa desvantagem.
Para acusar uma tireoide de preguiçosa ou agitada, entretanto, é preciso ter provas. E a primeira delas é colhida no sangue. “Dosamos os hormônios TSH e T4 com o objetivo de avaliar a função glandular”, explica a endocrinologista Roberta Villas Boas, do Hospital Nove de Julho, na capital paulista. Um ultrassom pode complementar o inquérito, mas, aí, a meta é apurar a existência de nódulos. “No hipotireoidismo, a glândula tende a ficar mais atrofiada, enquanto no hiper ela costuma aumentar de tamanho”, diferencia Roberta. A cintilografia — método em que o paciente toma um contraste e é submetido a um aparelho que fotografa a tireoide — só é solicitada hoje em situações específicas, como no controle de tumores.
Tanto a greve como as várias horas extras que dominam as linhas de produção hormonal são remediáveis. “No hipotireoidismo, fazemos a reposição com uma versão sintética do hormônio T4, que, dentro do organismo, é transformado em T3 para agir nas células”, conta Danielle Andreoni. É preciso tomar um comprimido em jejum cuja dose varia de acordo com a necessidade da bendita substância — aliás, a grande dificuldade, em casos assim, é ajustar a tal dose.
Do outro lado, o hipertireoidismo é contra atacado com drogas de uso oral que bloqueiam a liberação desmedida de hormônios. O tratamento não é tão simples por causa dos seus efeitos colaterais, como problemas de pele e estômago. Alguns casos, em que já se visualiza um considerável inchaço no pescoço, pedem cirurgia e outros são balanceados com uma terapia à base de iodo radioativo.
A boa-nova é que as táticas disponíveis podem exigir paciência, mas permitem que a tireoide entre na linha — e, com isso, sejam silenciadas aquelas inúmeras manifestações a distância. “Uma vez que o tratamento obtém sucesso, tudo volta ao normal”, tranquiliza Roberta. Daí, a glândula recupera o manche e, sem turbulências à vista, embarca o corpo inteiro rumo ao equilíbrio.

Ela está no comando
Seu nome tem origem grega e significa “em forma de escudo”. Localizada logo abaixo do gogó, a tireoide mede cerca de 5 centímetros de diâmetro e trabalha sob influência de outra glândula. “A hipófise, que fica no cérebro, produz TSH, um hormônio que por sua vez estimula a tireoide a fabricar os hormônios T3 e T4”, explica a endocrinologista Danielle Andreoni, da Universidade Federal de São Paulo. Embora o corpo estoque T4, é o T3 quem efetivamente bota a mão na massa. “Ele atua no metabolismo celular de praticamente todos os órgãos e tecidos”, diz Mário Vaisman, diretor da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Em outras palavras, dita o ritmo de funcionamento das células do fígado, do cérebro, do coração...
Fonte: Revista Saúde - dez/2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Os alimentos que combatem rugas


A indústria alimentícia começa a lançar produtos que levam na receita nutrientes capazes de combater rugas e companhia. Fique por dentro dessa nova tendência da nutrição

O copo de leite que a gente toma de manhãzinha, acompanhado de fatias de pão integral com um queijo magro ou de goles de um suco de fruta, não garante apenas um início de jornada bem nutrido. Eles podem deixar sua pele macia, suas unhas e cabelos mais firmes e, acredite, ainda ajudam a combater rugas. Parece bom demais para se verdade? Pois saiba que isso já existe: bem-vindo à era dos alimentos enriquecidos com finalidades puramente estéticas. Essa tendência começou na Europa e nos Estados Unidos e já desembarcou no Brasil
“Atualmente existem no mercado vários produtos com colágeno, a proteína que dá sustentação às células”, exemplifica Jocelem Mastrodi Salgado, presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais. “Sua deficiência provoca, entre outras coisas, a diminuição da elasticidade da pele e o aparecimento dos vincos”, explica Jocelem. “Por sorte, estudos mostram que o consumo diário dessa substância não tem contraindicação e estimula a sua produção no nosso organismo.”
Os antioxidantes também estão sendo adicionados às receitas de muitos alimentos industrializados. “Eles auxiliam no combate aos radicais livres, que provocam o envelhecimento celular”, justifica a dermatologista Ana Cristina Fasanella, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
“A nutrição está diretamente relacionada com a estética”, afirma a dermatologista Marcella Delcourt, da Santa Casa de São Paulo. “Os trabalhos mais recententes reforçam esse elo”, acrescenta o dermatologista Adilson Costa, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no interior de São Paulo. “E, quanto mais variada a dieta, melhor. Sua pele agradece”, afirma ainda a nutróloga carioca Tamara Mazaracki, que é especialista em medicina antienvelhecimento. Mas, é claro, na hora de variar, alterne principalmente aqueles alimentos que, nesse sentido, são uma beleza. Veja, a seguir, quais são.
Salmão
Esse peixe rosado é o melhor amigo da nossa pele — palavra do dermatologista Nicholas Perricone, o médico das estrelas do showbiz americano. Explica-se: esse pescado é rico em uma substância de nome extenso, o dimetilaminoetano, que é mais conhecido como DMAE. Ela, que ficou famosa na formulação de cremes, também promete promover à mesa o efeito Cinderela, aquele que deixa a cútis mais esticada. Para esse passe de mágica ser notado diante do espelho, a receita do doutor Perricone é comer muitos, mas muitos filés de salmão dois ou três dias antes de um evento especial — aquele em que você precisa parecer o máximo.
Exageros à parte, de fato os peixes de água gelada — como a sardinha, a truta, a anchova, o arenque e, claro, o próprio salmão — devem sempre estar no cardápio. “Eles são ricos em ácidos graxos ômega-3, 6 e 9. Essas gorduras auxiliam na manutenção da barreira epidérmica, que protege o tecido, melhorando sua textura e hidratação”, explica Adilson Costa. “E têm ação antiinflamatória”, acrescenta Ana Cristina Fasanella. A linhaça, o gergelim, o azeite, as oleaginosas e os ovos também contam com pequenas porções desses ômegas. “Os ovos, assim como o leite e seus derivados, oferecem ainda vitamina D, que previne o envelhecimento precoce ao deixar a pele mais resistente”, complementa Tamara Mazaracki.


Castanha-do-pará, cogumelos, grãos integrais, frutos do mar, gérmen de trigo, leite e uva
Esse grupo reúne fontes de minerais que não devem ficar de fora da alimentação de qualquer indivíduo com um pendor mais narcisista. A castanha-do-pará, assim como os frutos do mar e o trigo integral, tem selênio, por exemplo. “Ele combate os radicais livres”, justifica Jocelem Mastrodi Salgado. O cálcio, do leite e seus derivados, folhas de tom verde-escuro e sardinha, e o magnésio, dos grãos integrais e das oleaginosas, são essenciais para o bom funcionamento das células da pele. Já o zinco, das sementes e do gérmen de trigo, tem ação anti-inflamatória e cicatrizante. “Todos eles, mais o cromo, presente nas uvas e na aveia integral, e o silício, dos cogumelos e pimentões vermelho e amarelo, ajudam a combater a flacidez e os sinais da idade. Inclusive porque estão envolvidos na produção de colágeno”, conta Tamara Mazaracki.
Tomate, frutas cítricas, pepino e cenoura
Esses são alguns exemplos de alimentos vitaminados. As frutas cítricas carregam doses de vitamina C que combatem — adivinhe! — os radicais livres. Em matéria de pele, você precisa valorizar também as fontes de vitamina E, caso da manga, da couve, da ervilha e do arroz integral. E, claro, também coloque no prato os que estocam a vitamina A, como a cenoura, a abóbora, a papaia e o pêssego. “O tomate, em matéria de beleza, merece destaque. Sua ação é ainda mais forte graças ao licopeno, que tem um potencial imenso contra o envelhecimento”, conta Jocelem. “Na forma de molho, quando o fruto é cozido, o aproveitamento dessa substância pelo organismo é ainda maior”, ensina Jocelem, que dá ainda a dica: “Faça um rodízio de frutas durante a semana. Isso vai garantir o aporte de vitaminas, minerais e fitoquímicos necessários para a manutenção da sua saúde e beleza”.
Carne, frango, ovos e laticínios
Proteína é algo que esses alimentos têm de sobra. E, para a pele, vale dizer: a melhor proteína é mesmo a do tipo animal, mais bem aproveitada do que a de origem vegetal, encontrada em leguminosas e cereais. Esse tipo previne a perda muscular e, de quebra, a flacidez da pele. “A lisina e a prolina, dois aminoácidos encontrados nos animais, são a matériaprima para a fabricação do colágeno e da elastina”, diz Tamara Mazaracki.
Aveia, farelo de trigo, frutas e hortaliças
Ricos em fibras, eles colocam o intestino para funcionar. E a pele, fique sabendo, também reflete os desajustes que ocorrem ali. “Quando a passagem do bolo fecal pelo órgão é mais lenta, a eliminação de toxinas fica comprometida, o que prejudica a elasticidade e o viço do tecido”, conta Tamara Mazaracki. Alimentos ricos em bactérias conhecidas como lactobacilos — caso do iogurte e do leite fermentado — também são uma boa pedida, dando uma força ao trabalho intestinal. Os outros integrantes — leia-se espinafre, repolho, couve-flor e cereais —, além de oferecerem as tais fibras, são fontes de vitamina K, que fortalece os pequenos vasos, fundamentais na nutrição cutânea.
Água, muita água
De nada adianta ingerir fibras se você não tomar bastante líquido. Aliás, o efeito é o oposto: as fezes ficam ressecadas, dificultando a sua eliminação. A água também é essencial para manter a pele hidratada, macia, flexível, enfim, mais bonita. Outros tipos de bebida, como a água de coco, os chás e os sucos, também merecem um bom espaço no seu dia a dia.

Iogurte, folhas de tom verde-escuro, batata e milho Todos esses alimentos têm em comum as vitaminas do complexo B. Os ovos, as carnes vermelhas, os peixes, as aves, o leite, a beterraba, as oleaginosas e o arroz integral também merecem destaque nesse quesito. Segundo Tamara Mazaracki, elas auxiliam no processamento de gorduras, carboidratos e proteínas, melhorando a ação dos nutrientes da pele. “A B2, em especial, ajuda a controlar a oleosidade e a B6 regula o metabolismo hormonal, que tem influência sobre a saúde do tecido”, conta Tamara.


Fonte: Revista Saúde - dez/09

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dieta pobre em carboidrato piora o humor


Estudo mostra que regime de restrição de gorduras melhora o estado de espírito

Se você costuma ficar mal humorado com frequência, fuja da famosa dieta Atkins, que restringe a quase zero o consumo de carboidratos.

Estudo da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, em Adelaide, Austrália, submeteu 106 adultos obesos a dietas pobres em carboidratos e ricas em gorduras e a regimes com pouca quantidade de alimentos gordurosos e ricos em carboidratos por um ano.
Depois das primeiras oito semanas, os testes mostraram que os voluntários que haviam se submetido a uma alimentação repleta de carboidratos haviam relatado uma melhora de humor.

A dificuldade de aderir a um plano alimentar pobre em carboidratos em uma sociedade que privilegia o consumo de massas e pães, como a ocidental, é uma das possíveis explicações para os resultados revelados pela pesquisa.
Fonte: Revista Sport Life - 11.12.09

sábado, 12 de dezembro de 2009

O dano dos Anabolizantes

Pesquisa inédita revela que essas substâncias degeneram a saúde do coração, do cérebro e elevam o risco de morte súbita

Pela primeira vez, a medicina conseguiu descrever o impacto provocado pelo uso de esteroides anabolizantes no coração e no cérebro. Em um estudo que teve duração de quatro anos, a cardiologista Janieire Alves, da Unidade de Reabilitação Cardíaca e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração, de São Paulo, avaliou 40 homens com idades entre 18 e 40 anos que assumidamente se automedicavam com doses regulares dessas substâncias havia dois anos. Essas drogas imitam o hormônio masculino testosterona e são usadas com a finalidade de aumentar a massa muscular e reduzir a fadiga.

Os prejuízos ao corpo são impressionantes. “Os usuários apresentam um risco cinco vezes maior de ter acidente vascular cerebral, parada cardíaca ou morte súbita do que a população em geral”, afirma a médica Janieire. As conclusões do trabalho serão publicadas em maio de 2010 pela mais renomada revista científica de medicina do esporte, a “Medicine & Science in Sports & Exercise”, do American College of Sports Medicine. “É um avanço mundial no conhecimento sobre a utilização desses compostos”, afirma Carlos Eduardo Negrão, que participou da pesquisa.

Os voluntários do estudo foram submetidos a testes de sangue e a exames para medir a capacidade pulmonar e cardíaca de oxigenar o corpo a cada quatro meses. Porém, essa exigência reduziu o número final de participantes. Só 12 fizeram todos os testes. Além disso, dois tiveram morte súbita e um ficou com câncer de fígado. Os exames revelaram uma preocupante redução do colesterol bom (HDL) e o aumento do ruim (LDL) e dos níveis de pressão arterial (leia mais no quadro), o que eleva o risco de entupimento dos vasos sanguíneos cerebrais e do coração.

A cardiologista Janieire também identificou uma intensa mudança no ritmo do sistema nervoso simpático, que regula a contração dos vasos, a aceleração dos batimentos cardíacos e a concentração do hormônio noradrenalina no sangue. Essas modificações aumentam o esforço do coração para bombear o sangue. “Há casos em que os músculos e áreas do próprio coração recebiam apenas 40% do sangue necessário”, diz a cardiologista.

A associação dessas alterações aumenta as chances de insuficiência cardíaca precoce. O que os pesquisadores não conseguiram saber é se esses efeitos são reversíveis, com a interrupção do uso. “Não foi possível ter essa resposta porque os voluntários voltavam a tomar as substâncias quando sentiam uma perda de massa muscular”, lamenta Janieire.

A “bomba” é ainda pior

Nova pesquisa alerta para os perigos dos anabolizantes. E revela que eles podem levar à morte súbita de seus usuários

Por Monica Tarantino

O efeito dos anabolizantes sobre o coração e o cérebro é muito mais perigoso do que se suspeitava. Pesquisa recente, coordenada pela cardiologista Janieire Nunes Alves, da Unidade de Reabilitação e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração, em São Paulo, revelou que os usuários dessas substâncias têm cinco vezes mais riscos de sofrer um derrame ou parada cardíaca. E que o uso de anabolizantes pode causar câncer e até levar à morte súbita. Confira, abaixo, a entrevista exclusiva que a especialista concedeu a ISTOÉ Online.

ISTOÉ – Quem participou da sua pesquisa?

Janieire Alves – Homens com idade entre 18 e 40 anos que tomavam essas substâncias havia dois anos. Para achá-los, eu fui a várias academias, especialmente a algumas em que se sabia serem pontos de consumo regular de anabolizantes, para perguntar quem gostaria de participar da pesquisa. Mas foi muito difícil conseguir voluntários. As pessoas têm muito medo de ser expostas. Eles só aceitaram participar com a garantia de sigilo absoluto de seus nomes. Um dos motivos é a sua participação em competições, pois o uso de anabolizantes é ilegal. Consegui 40 pessoas, mas apenas 12 fizeram todos os testes necessários.

ISTOÉ – Os testes de rotina, feitos por atletas, não detectam os anabolizantes?

Janieire Alves – Detectam, mas há vários meios de mascarar esses resultados durante o período de competições. Para fazer nosso estudo, por exemplo, a sensibilidade do teste de urina feito inicialmente para atestar o uso foi aumentada dez vezes. Esses exames foram realizados em parceria com a professora Regina Moreau, no Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmacologia da USP.


ISTOÉ – Como essas substâncias são ingeridas?

Janieire Alves – Por injeção ou via oral. No grupo estudado, vi que o uso se dá em ciclos. As pessoas tomam por cerca de dois meses, depois param algum tempo e voltam quando sentem que a musculatura começa a diminuir.


ISTOÉ – Algum dos voluntários deixou de tomar anabolizantes depois de conhecer mais sobre os efeitos que essas drogas estavam provocando no organismo?

Janieire Alves – Não. De todas as pessoas que participaram, apenas três aceitaram receber apoio psicológico para não usar mais. Um deles estava com sintomas iniciais de câncer de fígado, que é outro efeito colateral do uso constante dessas drogas.


ISTOÉ – Os anabolizantes causam alguma dependência física ou psicológica?

Janieire Alves – Pude observar que a maioria dos voluntários manifesta um transtorno de imagem conhecido como vigorexia. Por mais musculosos que estejam, eles se vêem pequenos e, por isso, precisam ganhar mais massa muscular. É praticamente o oposto da anorexia, em que a pessoa se julga gorda, ainda que isso não corresponda ao peso apontado pela balança ou à imagem refletida no espelho.


ISTOÉ – Qual é a substância mais consumida?

Janieire Alves – No grupo analisado, o estanozolol. É uma droga injetável, indicada para uso veterinário. Ela é mais consumida por ser mais acessível e de baixo custo. Promove a recuperação da musculatura dos animais. Mas existem dezenas de outras substâncias.


ISTOÉ – A musculatura obtida com anabolizantes é igual a conquistada com muita malhação?

Janieire Alves – Nosso estudo mostrou que o ganho excessivo de musculatura, o aumento do tamanho do músculo cardíaco e alterações de pressão acontecem também com as pessoas que praticam musculação em alta intensidade, ou participam das competições de halterofilismo, porém em magnitude muito inferior àqueles que tomam anabolizantes. Na população estudada por nós, identificamos que há uma piora significativa da irrigação dos tecidos. Em testes para avaliar a capacidade cardíaca e respiratória, vimos que essas pessoas ganham força, mas não têm condicionamento ou resistência equivalentes.


ISTOÉ – Existe uma dose segura de anabolizantes?

Janieire Alves - Os anabolizantes são substâncias análogas à testosterona, fabricada nos testículos. Se ela já existe em quantidade suficiente no organismo, doses adicionais inibirão a produção orgânica (natural). A questão é que as substâncias sintéticas não são aceitas da mesma forma que a testosterona natural por outras glândulas, o que inicia um desequilíbrio na troca de mensagens entre os hormônios que regulam os ritmos do corpo. Em consequência, isso leva aos efeitos indesejáveis. Na minha opinião, não se deve tomar se não existe carência provada em exames laboratoriais. O estudo que fizemos fornece sólido embasamento científico mostrando que, para o sistema cardiovascular, essas substâncias são muito deletérias. Elas agem, por exemplo, sobre a glândula supra-renal, estimulando a maior liberação de noradrenalina, que pode aumentar o risco de desenvolvimento de arritmias cardíacas (alterações do ritmo cardíaco), podendo levar até à morte súbita.

Fonte: ISTO É ONLINE - 11.12.09

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Leite: muito além do cálcio



Não fosse o bastante esbanjar o mineral dos ossos, a bebida ainda é farta em vitaminas que protegem os olhos, previnem a anemia e melhoram a concentração


No último grande evento de alimentação que aconteceu em São Paulo, o III Congresso Brasileiro de Nutrição e o Ganepão 2009, o leite protagonizou uma das discussões mais relevantes.

A nutricionista Silvia Cozzolino, professora da Universidade de São Paulo, elencou algumas das preciosidades do líquido branco que muita gente nem desconfia. Por essas e outras, ele, sem dúvida alguma, merece um brinde e não pode ficar fora do seu cardápio.

Proteína da boa
“O leite oferece proteína de altíssima qualidade, que é muito bem aproveitada no nosso organismo”, ressalta Silvia. Esse nutriente é fundamental para a construção de tecidos e, por isso, colabora para a beleza dos cabelos, das unhas e da pele. Sem falar que ajuda a preservar os músculos.

Estudos recentes mostram ainda uma ligação entre os aminoácidos do leite, ou seja, suas partículas proteicas, e a redução da pressão arterial.

Mix vitaminado
A festejada vitamina A, que protege os olhos, também faz parte da composição dessa bebida. Lá estão também as vitaminas B2, fundamental para a produção de energia, e B12, que atua no combate à anemia e ajuda a melhorar a concentração.

Tem mais: a vitamina D, fundamental para a saúde óssea e que todo mundo associa tanto ao sol, é outra que dá as caras no leite. Mais um ponto para ele, uma rara fonte (quando se fala em alimento) dessa substância.

Minerais ao montes
Para enriquecer a lista de superpoderes do suco leitoso, a professora Sílvia mencionou nutrientes menos conhecidos, como o zinco e o selênio. O primeiro fortalece o sistema imunológico e favorece a cicatrização. Já o selênio tem ação antioxidante, isto é, contribui para a integridade celular.

E, claro, não dá para falar dessa bebida sem mencionar o cálcio. “A absorção do mineral por meio dela é muito boa. Pois ainda que muitos vegetais, como é o caso dos brócolis, contenham grandes quantidades do nutriente, nem sempre ele é tão bem aproveitado no nosso organismo”, salientou a nutricionista.

Aproveite tudo!
Para não desperdiçar nadica dessa riqueza, a sugestão de Sílvia é distribuir o consumo do leite ao longo do dia. “Estudos mostram que a absorção dos nutrientes da bebida e seus derivados é melhor em pequenas porções.” No caso específico do cálcio, uma boa orientação é evitar o consumo excessivo de café e chá preto, que, por causa da cafeína, costumam atrapalhar um pouco o desempenho do mineral. Mas, veja bem, não é preciso banir nenhum dos dois do cardápio. Basta não exagerar.

Fonte: Revista da Saúde - DEZ/2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

Preserve seu cérebro com nutrientes


Alimente o SEU CÉREBRO!Use os alimentos em benefício de seu cérebro e garanta suas saúde, memória e vitalidade.


Em vez de pratos e talheres, tubos de ensaio e microscópios. O apetite fica aguçado, mas por experiências e novas observações. E a cozinha cede espaço ao laboratório, onde cabeças investigam substâncias encontradas nos alimentos capazes de beneficiar nossa massa cinzenta.


Como entrada, nesse menu de novidades, é bom lembrar que, nos anos 1990, os cientistas descobriram que, diferentemente do que se imaginava, os neurônios se reproduzem ao longo da vida toda. O nascimento de células nervosas novinhas em folha é chamado de neurogênese. E deguste esta informação, caro leitor as refeições podem estimular esse fenômeno, assegurando funções nobres, como a nossa capacidade de memorizar e raciocinar.


No Brasil, talvez ninguém entenda mais desse elo entre nutrição e cérebro do que o professor Cícero Galli Coimbra, neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Uma dieta rica em colina, nutriente que aparece sobretudo na gema do ovo, contribui para a neurogênese, exemplifica o especialista. Nosso organismo, diga-se, depende totalmente dos alimentos para obter a substância, já que não consegue sintetizá-la. E, sem ela, as lembranças não se fixam direito. Se não ingerimos boas fontes de colina, não há produção de um neurotransmissor chamado acetilcolina, envolvido na formação da memória, completa a nutricionista Luciana Ayer, co-autora do livro Nutrição Cerebral (Editora Objetiva).


Outra substância pede a atenção dos que querem conservar a mente: a glutamina. Ela é fundamental para compor o DNA, isto é, o material genético de novas células na massa cinzenta. O organismo até consegue fabricar esse aminoácido. Mas não basta. Para mantê-lo em níveis ideais, precisamos de alimentos protéicos. Aí a melhor fornecedora é a clara de novo, o ovo!


E, assim como quem deixa para saborear a melhor parte da refeição por último, falta apontar o mais aplaudido dos ingredientes para preservar a atividade cerebral: o ômega-3. Esse ácido graxo não só favorece o nascimento de neurônios como protege os já existentes. Ele se incorpora às membranas das células nervosas que formam os circuitos responsáveis por funções como a memória, explica o neurologista Greg Cole, diretor do Centro de Estudos sobre Mal de Alzheimer da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.


Como tudo no nosso organismo, o sistema nervoso necessita de um equilíbrio entre proteínas, gorduras e, claro, carboidrato. O cérebro consome grande quantidade de glicose, justifica Paulo Caramelli, coordenador do Departamento de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia. Daí a importância de comer pães, massas e arroz. Eles seriam uma espécie de combustível dos pensamentos. Já as proteínas fornecem a base para a síntese dos neurotransmissores, essenciais para a comunicação entre os neurônios.


Entre as gorduras, reina o ômega-3. Ele melhora a função cognitiva, afasta o mau humor e diminui a ansiedade, garante o médico americano Alan Logan, autor do livro The Brain Diet (A dieta do cérebro). O pesquisador Greg Cole nota que, sozinho, o ômega-3 ajuda, mas, para tirar máximo proveito, é preciso ingerir fontes de antioxidantes. Sem elas, o cérebro fica à mercê de radicais livres, que detonam seus neurônios, afirma. No caso, os alimentos indicados são os vegetais cheios de betacaroteno (cenoura e rúcula) e de flavonóides (soja e cebola). E há ainda a maçã, lotada de substâncias anti-radicais.


As frutas cítricas, ricas em vitamina C, também têm ação antioxidante, lembra a nutricionista Gláucia Pivi, do Ambulatório de Neurologia do Comportamento da Unifesp. Outra vitamina que protege o cérebro é a E, encontrada nos óleos vegetais, nos ovos e nas nozes. Ela está associada à baixa incidência do mal de Alzheimer, diz Caramelli.


As do complexo B são igualmente importantes para a saúde mental. A B1, presente nos grãos, nas verduras e nos cereais, garante a boa absorção da glicose de que o cérebro tanto precisa. Já a B12, que está no leite, em seus derivados e nos ovos, favorece a memória. E o ácido fólico das verduras verde-escuras e dos cereais integrais freia o declínio cognitivo que vem com a idade, afirma Logan. A letra D fecha o bloco dessas vitaminas. Embora seja obtida pra valer por meio da exposição ao sol, dá para complementar a dose com peixes e leite. Ela também atua na renovação dos neurônios, assegura Cícero Galli Coimbra.


No time dos minerais, a nutricionista Luciana Ayer destaca o zinco e o magnésio. O primeiro que aparece nas ostras, nas nozes e na castanha-do-pará combate os radicais livres e beneficia o trabalho dos neurotransmissores. O magnésio, encontrado nas folhas e nas oleaginosas, auxilia nas transmissões nervosas e ainda protege o cérebro do efeito tóxico de aditivos químicos.

A contrapartida é a seguinte: assim como alguns nutrientes são aliados do cérebro, outros representariam uma ameaça, tendo sua parcela de culpa na degradação das células nervosas. Ainda na década de 1990, foram identificados compostos químicos formados durante o cozimento das carnes branca e vermelha as aminas heterocíclicas. Os portadores de males como o Parkinson e o Alzheimer apresentavam níveis bem mais elevados dessa substância no organismo, conta o neurologista Cícero Galli Coimbra. As aminas se unem ao cromossomo do neurônio e desligam alguns genes fundamentais para a célula, que se degenera. Isso, aos poucos, afeta a capacidade de pensar e de recordar as coisas mais simples.


Quanto maior o tempo em que a carne fica exposta às altas temperaturas, maior a quantidade das nefastas aminas. Naquele churrasco bem passado, os teores chegam às alturas. Não à toa, Coimbra cita Buenos Aires: a capital argentina, que ama uma parrilla, apresenta um dos maiores índices de portadores de Parkinson do planeta.


É claro que ninguém vai sentir os efeitos nocivos logo depois de ir a uma churrascaria. Eles são cumulativos, ressalva o professor. A quantidade de carne consumida ao longo da vida pode determinar o aparecimento de doenças neurodegenerativas no futuro. O médico, por sinal, é radical: sugere aboli-las do dia-a-dia e ele próprio segue à risca sua recomendação, baseada em estudos científicos. Dos animais, para Coimbra, só o peixe está liberado, e, melhor ainda, se for cozido ao vapor, ensopado ou mesmo cru.


Alguns de seus colegas não condenam a carne de vez, até porque é grande fornecedora de proteínas e vitaminas. A sugestão é moderar o consumo da vermelha, diz Paulo Caramelli. Para Rubem Guedes, professor de neurofisiologia da Universidade Federal de Pernambuco, comer bife grelhado no dia-a-dia, mas sem exagero, não representa risco. Açúcar também pede parcimônia. Em excesso, ele leva a pequenas inflamações no cérebro que danificam os neurônios, conta Alan Logan. Montar um cardápio que tire um pouco do espaço dos doces e, em compensação, privilegie os ingredientes que alimentam a cabeça é a melhor idéia especialmente para quem pretende ainda ter muitas delas e por muitos anos.


Fonte: Revista Saúde - Nov/09

sábado, 28 de novembro de 2009

Malhar não cura ressaca


Prática de exercícios físicos não para os efeitos do álcool, dizem especialistas
Uma em cada cinco pessoas admite que corre para a academia depois de ter bebido um pouco além da conta. Mas, segundo especialistas do Departamento de Saúde da Inglaterra, se exercitar não anula os danos causados pela bebedeira.

“A prática regular de exercícios não para os efeitos causados pelo álcool no fígado”, afirma Ian Gilmore. De acordo com ele, espalhou-se a ideia de que a malhação, que aumenta a sudorese (a produção de suor), é capaz de reduzir os efeitos do álcool no corpo.

“Exercícios regulares são vitais para a saúde. Se por um lado é importante que bebedores contumazes se deem conta de que o álcool da noite anterior fez mal e que, para compensar, eles queira se exercitar, por outro é importante frisar que a ressaca não pode ser curada na academia, em um jogo de futebol ou em uma piscina”, garante Carol Cooper.
Finte: Revista Sport Life - 27.11.09

sábado, 21 de novembro de 2009

CORRIDA - Treine para o verão


As mulheres lidam de forma diferente com o calor, um dos obstáculos da corrida na estação mais quente do ano
A pouco mais de um mês para a chegada oficial da estação mais quente do ano, o calor já é um dos principais obstáculos à corrida. Sair por aí correndo (e suando muito), sem cuidados, pode levar à hipertermia e à desidratação e causar incômodos como assaduras e micoses na pele. No caso das mulheres, a troca de calor corporal com o ambiente tem particularidades. Mas, sabendo se aclimatar, não é preciso parar de treinar nem deixar de participar de uma prova.
As principais diferenças
Equilíbrio térmico
As mulheres são menores, têm menos massa corporal. Isso faz com que a relação superfície exposta ao calor x volume do corpo seja maior nelas do que nos homens. Com mais superfície sob o sol, a mulher perde calor com mais facilidade. Por outro lado, a maior quantidade de gordura corporal acaba agindo como isolante térmico, reduzindo a perda de calor e contribuindo para manter o equilíbrio da temperatura do organismo.
Menos suor
Segundo a fisiologista Liane Beretta, as mulheres também têm um número maior de glândulas sudoríparas. No entanto, o volume de suor produzido é menor do que a dos homens. Com isso, a corredora começa a suar quando a temperatura do corpo está bastante elevada e, mesmo assim, em menor quantidade do que o corredor.
É de supor então que a mulher estivesse mais predisposta a sofrer de hipertermia severa - quando o corpo atinge temperaturas acima de 40,5ºC, gerando confusão mental, inconsciência e até morte. “A diferença é que ela usa mais os mecanismos de circulação para a perda de calor, isto é, aumenta o fluxo na pele para que o sangue quente vindo dos músculos seja resfriado ao passar pela superfície do corpo, o que deixa a pele rosada”, explica a fisiologista e professora da Universidade de Worcester, na Inglaterra, Liane Beretta. Em outras palavras, o homem tende a perder calor pelo suor, enquanto a mulher usa mais a circulação para essa função.
Evite excesso
Sempre que se fala de calor e exercícios, vem o temor da desidratação. Ao contrário dos homens, a mulher tende a seguir muito mais os conselhos dos especialistas e, com isso, a se super-hidratar. Segundo Tim Noakes, professor de fisiologia do exercício da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul), isso pode gerar uma condição inversa, a hiponatremia, ou seja, a redução da concentração de sódio na corrente sanguínea, pela ingestão de água em excesso, causando inchaço, dor de cabeça, náusea e vômito. Alguns estudos mostram que esse distúrbio é mais frequente em mulheres. Ao que parece, a atleta tem maiores chances de sofrer complicações devido à hiponatremia porque o estrógeno inibe, no cérebro, uma enzima responsável pela eliminação de água nesse órgão. Na Maratona de Boston de 2002, ocorreu um caso de morte por hiponatremia com uma corredora de 28 anos.
Atenção:
Para se hidratar em quantidades adequadas: 500 ml a 800 ml de água por hora (dois a três copinhos), de preferência com líquidos frio, entre 8ºC e 13ºC
Como se adaptar
Aclimatar-se ao calor significa que seu organismo gera adaptações fisiológicas que a fazem a mulher tolerar melhor os treinos nessa condição. Essas respostas são: reduções da frequência cardíaca, da temperatura interna e da percepção de esforço durante uma atividade submáxima.
Para isso, a atleta deve treinar em condições progressivas de calor e com uma certa frequência. Você pode notar que é mais difícil correr no início do verão do que depois de alguns dias, quando o organismo já se adaptou. Deve-se se aumentar gradualmente a intensidade e duração do treino no calor para que estas adaptações sejam geradas. Depois de duas a três semanas da falta de exposição ao calor, os benefícios da aclimatação são perdidos.
Segundo alguns estudos, fazer treinos intervalados, ao invés de longos, favorece a aclimatação mais rápida. Uma outra vantagem é o condicionamento. Pessoas mais treinadas mantêm os benefícios da aclimatização por mais tempo.
Para se prevenir do estresse térmico, a atleta deve evitar que o organismo esteja super aquecido antes de se exercitar em um ambiente quente. Ela deve estar atenta aos sintomas de super aquecimento (sede, fadiga e letargia). Algumas condições como insônia, hipoglicemia ou consumo de álcool recente também prejudicam a termoregulação.
A aclimatização só e perfeita com uma boa hidratação.
Treinamento amenizado
Segundo Eliana Reinert, treinadora do Clube Pinheiros, em São Paulo, é normal uma redução de 30% no volume e na intensidade dos treinos, pelo menos nas quatro primeiras semanas de calor, para uma adaptação. Quem faz treinos longos também deve começar a correr mais cedo. “Procuramos estabelecer um limite de horário de treino até as 10h. Apenas uma vez por semana ou a cada dez dias oriento um treino na hora do almoço. Mais do que isso pode ser contraproducente, gerando um desgaste que pode fazer a diferença na competição”, diz a treinadora.
Pele saudável
Para evitar os danos do calor e o desconforto da transpiração durante o exercício, observe alguns cuidados recomendados pela chefe do Setor de Dermatologia da PUC-Campinas, Lúcia Arruda:
- A transpiração remove o protetor solar e diminui sua eficácia. Em treinos longos, reaplique o produto várias vezes;
- Use roupas leves, que favoreçam a evaporação do suor. A umidade, principalmente nas regiões de dobras como as mamas e o abdômen, é a primeira condição para o surgimento de micoses;
- Use sempre calçados em vestiários e banheiros públicos;
- No verão, o uso de cosméticos é maior e, por isso, mais comum o surgimento de acne. Observe a composição do produto e prefira os não-comedogênicos, aqueles que têm capacidade menor de obstruir as glândulas sebáceas, produzindo menos cravos e espinhas;
- Fique tranquila, o aquecimento do corpo, a vermelhidão e a maior quantidade de suor não prejudicam a pele. Procure, no entanto, se manter sempre hidratada.
Fonte: Revista O2 - 20.11.09

domingo, 15 de novembro de 2009

Linhaça ajuda a emagrecer


Pesquisa brasileira mostra que incluí-la no café da manhã é a melhor opção para quem precisa emagrecer. Saiba aqui como aproveitar esse e outros benefícios da cada vez mais festejada semente de linho


No princípio era a aveia. Depois vieram a soja, os peixes, o tomate... Desde que cientistas japoneses começaram a estudar a capacidade que alguns alimentos possuem de prevenir doenças, nos anos 1980, a lista de ingredientes indispensáveis à saúde não parou de crescer. Graças a essa onda de descobertas, hoje podemos desfrutar das qualidades de uma pequena, porém poderosa, semente: a linhaça.

Dona de uma carreira meteórica, ela despertou interesse em grandes centros de pesquisa antes de figurar na dieta das celebridades e daqueles que, de maneira geral, prezam pelo bem-estar. Atualmente, é a estrela de uma série de estudos que estão sendo realizados na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Um deles é o da nutricionista Wânia Monteiro, que analisa os efeitos da farinha de linhaça em mulheres obesas. Depois de receber um acompanhamento nutricional personalizado, as pacientes passaram a comer uma mistura de iogurte light de morango com 30 gramas da farinha logo de manhã — o equivalente a 4 colheres de sopa.

Até agora, os resultados são muito animadores. “Em três meses, houve uma queda significativa no peso, no índice glicêmico e no LDL, o colesterol ruim”, conta Wânia. O segredo, claro, não está apenas na protagonista desta reportagem. “Sabemos que uma dieta com menos calorias ainda é a peça-chave para o emagrecimento”, pondera Glorimar Rosa, orientadora da pesquisa. “Mas a farinha de linhaça espanta a fome”, afirma. Ou seja, ao prevenir ataques de gula, ela viabiliza a tal da dieta hipocalórica. O trabalho registra uma redução na vontade de comer entre 15 e 45 minutos após a primeira refeição do dia que incluía a linhaça.

“A linhaça é rica em fibras, que aumentam a saciedade, e ainda tem substâncias que estimulam a produção de um hormônio controlador do apetite”, explica a nutróloga Lívia Zimmermann, da Associação Brasileira de Nutrologia. A pesquisa carioca acrescenta esse ingrediente no desjejum de suas voluntárias apostando que, bem cedo, ele aplacará a fome ao longo do dia inteiro. Mas você pode ser mais flexível. “A farinha de linhaça pode ser consumida nos horários de maior compulsão alimentar”, orienta Glorimar.

Versátil, a linhaça é um cereal de origem, mas se passa facilmente por oleaginosa, já que produz bastante óleo, ou até leguminosa, por ter proteínas semelhantes às dos espécimes dessa turma. “Daí a dificuldade das pessoas para classificá-la”, comenta a nutricionista Ana Vládia Bandeira Moreira, da Universidade Federal de Viçosa, no interior mineiro.

Seja qual for a nomenclatura, não restam dúvidas de que temos aqui uma genuína fonte de ácido alfalinolênico, uma versão da gordura ômega-3. “No organismo, ele é convertido nas moléculas EPA e DHA para que seja absorvido”, detalha Jesuí Visentainer, cientista de alimentos da Universidade Estadual de Maringá. Essas duas siglas, EPA e DHA, são responsáveis por importantes atributos do alimento — a proteção das artérias e dos neurônios é o principal. “O ômega-3 diminui o LDL, fortalece o sistema imunológico e evita processos inflamatórios”, enumera Renata Cintra, professora de Nutrição da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior do estado. Como a dieta do brasileiro não é das mais ricas no nutriente, encontrado principalmente nos peixes de águas frias, investir na linhaça é uma alternativa para alcançar as cotas diárias. Além dos ácidos graxos e das fibras, outra substância que merece atenção atende pelo nome de lignana. “Trata-se de um composto fenólico com propriedades extremamente antioxidantes”, diz Rejane Neves-Souza, professora de nutrição da Universidade do Norte do Paraná. Nos últimos anos, diversas pesquisas indicam que ele ajudaria a brecar a reprodução de células cancerosas, diminuindo o risco de tumores como os de mama, próstata e cólon. E o melhor: a linhaça está cheia dele. “As lignanas também agem como fitoestrógenos”, afirma Rejane. Isso quer dizer que, no corpo, exercem as funções do hormônio feminino estrógeno. Assim, segundo alguns trabalhos, dariam uma ajuda e tanto para as mulheres que começam a enfrentar os primeiros sinais da menopausa, quando os níveis hormonais desabam.

Não bastasse a linhaça proteger o intestino, combater a obesidade e afastar doenças cardiovasculares, alguns cientistas relacionam seu consumo regular até mesmo à saúde da pele e dos olhos. Mas a grande questão é: quanto e como consumir? “Não estamos falando de um remédio que deve ser tomado para tratar doenças”, lembra Rejane. “Para aproveitar suas qualidades e ver efeitos em longo prazo, temos que incluir a linhaça no dia a dia”, avisa. Não existe consenso, mas as recomendações diárias variam de 25 a 45 gramas.

Os especialistas sugerem que você tome alguns cuidados para que os nutrientes da linhaça sejam absorvidos pra valer. O primeiro é evitar comer as sementes inteiras. “O organismo tem dificuldade em romper a parede celular delas”, justifica a nutricionista Ana Cristina Rocha Espeschit, pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa. Ou seja: priorize a farinha. Mas, antes de cair de boca na semente triturada, saiba que ela é supersensível à oxidação. “O ideal é diminuir ao máximo o contato com o oxigênio, com a luz e com o calor”, aconselha o bioquímico Jorge Mancini, da Faculdade de Ciências Famacêuticas da Universidade de São Paulo. Por isso é tão comum ouvir por aí — e procede — que o melhor é comprar a semente, separar a porção que pretende consumir e batê-la no liquidificador instantes antes de comer. Se precisar guardar, tente deixá-la na geladeira, em um pote escuro, bem fechado e cheio até a boca para não dar espaço ao ar.

Com essas dicas, você aproveitará tudo o que a linhaça oferece de melhor. No entanto, como nenhum alimento é perfeito, ela também apresenta alguns senões. “Poucos falam das suas substâncias antinutricionais”, acredita Ana Vládia. “No corpo, elas inibem a ação de enzimas que digerem proteínas”, declara. As consequências disso ainda estão sendo estudadas, mas é de imaginar que não venham boas notícias. Para fugir dessa roubada, procure cozinhar a semente com água durante 15 minutos em fogo baixo — claro que, se for usar a linhaça em uma receita de prato quente, você poderá dispensar esse procedimento. Está certo que, ao aquecer, a concentração de substâncias benéficas irá diminuir. Mas a nutricionista Ana Vládia garante que é a maneira mais segura de consumi-la: a perda não é das maiores e os malefícios das tais substâncias antinutricionais são anulados.

No ensejo de mais orientações, a nutróloga Lívia Zimmermann ensina uma técnica para quem declarou guerra ao ponteiro da balança: deixe a linhaça de molho em uma tigela de quatro a oito horas. Aí, beba um copo daquela água aproximadamente meia hora antes da refeição. “As fibras que estão ali ajudam a frear a fome e a comer menos”, assegura. Depois de conhecer tantas facetas da pequena notável, fica difícil arrumar uma desculpa para não colocá-la no seu café da manhã ou em outra refeição do dia.


Fonte: revista saúde - nov.09

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Varie o piso no treino de CORRIDA


Veja as vantagens e os ganhos fisiológicos de fazer seus treinamentos em diferentes tipos de chão


Além de ser um grande motivador, e ajudar os corredores a saírem da rotina diária de treinamento, treinar em diferentes pisos contribui para a diminuição de lesões, no caso dos pisos de menor impacto, e para o fortalecimento de alguns músculos dos membros inferiores.
“O atleta que varia os tipos de piso na hora do treinamento corre um risco menor de sofrer lesões, já que o impacto gerado pelo asfalto, por exemplo, que é três vezes maior que o da grama, facilita o surgimento de dores e contusões”, explica Christian Antoniazzi, diretor técnico da assessoria Metas Esporte & Entretenimento.
Para o psicológico, a variação também pode ser benéfica, como fala Adriano Bastos, corredor de elite e diretor técnico da Adriano Bastos Treinamento Esportivo. “O fato de não rodar sempre no mesmo lugar pode ajudar o corredor a sair um pouco da monotonia e pode deixar os treinamentos mais prazerosos”.
Grama
A grama é um dos pisos que oferece menor impacto para o corredor, já que as folhas e a terra servem como atenuante e geram maior amortecimento na hora da pisada.
Pró: “O maior amortecimento deste piso faz com que a incidência de lesões diminua consideravelmente”, afirma Antoniazzi.
Contra: “Na grama o atrito é menor e o corredor não consegue ter a mesma reação que teria no asfalto, por isso, acaba sendo um treino não muito apropriado para velocidade”, completa Bastos.
Asfalto
É, sem dúvida, o piso mais utilizado pelos corredores, e é neste tipo de chão que as provas são realizadas. O impacto, porém, é grande neste piso, e treinar sempre nele pode gerar lesões.
Pró: “Neste piso é muito mais fácil treinar a velocidade, já que a reação é muito melhor. Além disso, por ser mais duro, há um aumento da resistência do corredor, que se adapta mais facilmente às provas”, diz Bastos.
Contra: “Por causa do impacto, a probabilidade de lesão é muito maior para quem corre somente neste piso”, resume Antoniazzi.
Areia
A absorção do impacto é ainda maior neste tipo de piso. Na areia fofa os músculos inferiores são muito trabalhados o que gera grande resistência. Indicada para treinos de rodagem e tiro.
Pró: “A areia possibilita uma grande redução de impacto, além de trabalhar a propriocepção, fortalecendo alguns músculos específicos dos membros inferiores que não são trabalhados nem na musculação”, afirma Antoniazzi.
Contra: “É um treino mais cansativo, que exige muito do corredor”, acrescenta o treinador. “É importante tomar cuidado com os desníveis e não acabar forçando mais um lado que o outro”, completa Adriano.
Esteira
Com o crescimento das academias no país, o treinamento nas esteiras tem aumentado muito, por ser uma alternativa prática na hora de dar as passadas. É indicada para treinos regenerativos e de rodagem.
Pró: “O impacto na esteira também é muito baixo, o que ajuda a prevenir contra lesões. Além disso, o corredor tem total controle sobre a corrida, como velocidade e segurança”, fala Christian.
Contra: “O movimento feito na máquina é totalmente diferente do feito no asfalto, o esforço é bem menor, já que é a esteira que anda. Por isso, quem corre somente na academia tem mais dificuldade de pegar o ritmo de prova”, completa o treinador.
Concreto
Este tipo de piso deve ser evitado ao máximo, já que o impacto é ainda maior que o do asfalto. “No concreto a absorção é mínima e, para evitar lesões, o corredor deve preterir o treinamento neste tipo de piso sempre que puder”, conclui Bastos.

sábado, 7 de novembro de 2009

Aprenda a comer devagar


Um estudo divulgado em setembro deste ano pela Universidade de Wageningen, na Holanda, mostrou a relação entre o ritmo que se come e a quantidade de calorias consumidas. Os pesquisadores constataram que comer devagar, colocando menores porções de comida na boca e mastigando por mais tempo, pode reduzir a ingestão de calorias e, consequentemente, ajudar na perda de peso. De acordo com os autores, essa prática faz com que as pessoas se sintam satisfeitas mais rapidamente, fazendo-as comer menos. O teste foi feito com pudim e revelou que as pessoas que permaneceram com o alimento na boca por nove segundos ingeriram, em média, 42 gramas a menos.

Uma outra pesquisa, publicada na revista científica American Journal of Clinical Nutrition, mostrou que, quando mulheres jovens comiam massa com tomate e queijo mais lentamente, mastigando cuidadosamente, elas consumiam 70 calorias a menos, além de se sentirem mais satisfeitas após a refeição. Acredita-se que isso acontece porque uma refeição mais lenta permite que o organismo humano dê os sinais naturais de saciedade, como distensão do estômago e mudanças nos hormônios associados ao apetite. Esses sinais, segundo a análise, alertam o organismo sobre a hora certa para se interromper o ato de comer.

Segundo Mauro Scharf, endocrinologista da DASA, que é representada em Mato Grosso pelas marcas Cedic/Cedilab, os estudos ainda são iniciais e é preciso que sejam feitas mais análises para constatar se isso acontece para todas as pessoas e com todos os tipos de alimentos. “Mas é inegável que comer devagar faz bem”, reforça o especialista.

Os benefícios de saborear com calma o alimento são um dos principais focos do slow food, associação internacional sem fins lucrativos fundada em 1986, na Itália. Hoje o movimento conta com mais de 80 mil associados e tem escritórios e apoiadores em mais de 120 países. O slow food segue o conceito da ecogastronomia, conjugando o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. A filosofia do grupo se baseia na ideia de que melhorar a qualidade da alimentação e arranjar tempo para saborear é uma forma simples de tornar o cotidiano mais prazeroso. No Brasil, o movimento é representado pelo site www.slowfoodbrasil.com.

Mauro Scharf lembra os cinco principais motivos pregados pelo slow food para comer devagar. O primeiro é perder peso. Segundo o movimento, o cérebro leva 20 minutos para processar que está satisfeito. Se a pessoa comer rápido, pode passar do ponto em que está satisfeita e acabar comendo mais. O segundo é apreciar a comida, fazendo das refeições um prazer gastronômico. O terceiro benefício é melhorar a digestão, já que, quanto mais trabalho se faz na mastigação, menos trabalho o estômago terá, podendo conduzir a menos problemas digestivos. O quarto é diminuir o estresse, pois comer devagar pode ser um grande exercício de concentração. Por fim, rebelar-se contra o fast food e a vida corrida, tidos pelo slow food como um estilo de vida desumano e maléfico à saúde.

Scharf lembra que o ideal é que se gaste pelo menos 30 minutos em cada refeição, mastigando várias vezes antes de engolir e em pequenas garfadas, para saborear melhor os alimentos. Outra dica é não se sentar à mesa com muita fome, pois assim acaba-se comendo tudo em poucos minutos. O especialista reforça que é importante começar a refeição com saladas verdes, já as folhas exigem mais mastigação, além de serem muito importantes para o organismo. “Mas é sempre importante lembrar que temos que saber a quantidade diária de alimento necessário para cada pessoa, que depende de fatores como o sexo, peso, atividade física e a idade”, finaliza o endocrinologista.

Sobre a DASA
A DASA é a maior empresa de medicina diagnóstica na América Latina em termos de receita bruta e população e a quinta maior rede no mundo. Com mais de 12 mil colaboradores, atende aproximadamente 55 mil pacientes por dia em 328 unidades. Processa em média, 6,5 milhões de exames por mês. Oferece mais de três mil tipos de exames de análises clínicas e diagnóstico por imagem.
Fonte: Treino total - 04.11.09

sábado, 24 de outubro de 2009

Relação entre câncer e atividade física


Há algumas décadas, exercitar-se era tarefa de atletas. Com a chegada dos anos 80, houve o boom das academias de ginástica, cujo enfoque principal era beleza e auto-estima. No século XXI, praticar uma atividade física regular é opção de quem está atento à sua saúde, pois pesquisas atestam a ligação entre sedentarismo e diversas doenças – inclusive o câncer.

Vários estudos apontam relação entre atividade física regular e diminuição do risco de câncer colo-retal, de mama, de próstata e de pulmão. “Embora este seja um campo que demande investigações aprofundadas e complementares, é inquestionável a associação da prática esportiva ao reforço do sistema imunológico”, destaca o oncologista João Nunes.

De acordo com o médico, há dois tipos de câncer para os quais a atividade física atua de maneira preventiva. “O sedentarismo é um dos fatores do risco para o câncer colo-retal, juntamente com faixa etária, história familiar de câncer de cólon e reto, obesidade, entre outros”, explica Dr. João. Estudo recente mostrou que homens que praticam exercícios vigorosos diariamente apresentaram uma redução de 50% no risco de câncer de intestino. “Entre as hipóteses que explicam esse fato está a de que o exercício físico estimula a função intestinal, fazendo com que haja eliminação de toxinas cancerígenas”, complementa o oncologista.

Um estudo realizado com 100 mil mulheres francesas, divulgado pelo Instituto Nacional Francês da Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), revelou que a prática regular de um esporte também previne o câncer de mama nas mulheres. De acordo com os resultados da pesquisa, quanto mais intenso e regular o exercício, menor é o risco de desenvolvimento da doença. Em mulheres que afirmaram praticar atividade física intensa por cinco horas ou mais por semana, a diminuição do risco de câncer de mama foi da ordem de 38%.

Para quem quer deixar o sedentarismo para trás, o médico destaca:

. Faça uma avaliação médica antes de iniciar uma atividade física;
. Escolha uma atividade que lhe seja prazerosa;
. Pratique atividade física sob orientação profissional;
. Pratique ao menos 30 minutos de atividade física moderada, 5 vezes por semana;
. Para reduzir o risco de câncer de mama e colo-retal, opte por 45 minutos de atividade física – de moderada a intensa – por 45 minutos, 5 vezes por semana;

. Na impossibilidade de freqüentar academias ou clubes esportivos, vale lançar mão de atividades de rotina, tais como: subida e descida de escadas, passeio com o cachorro, jardinagem, lavagem de carro, caminhada em ritmo ligeiro, dança, pedalada ou natação;

. Para os atletas de fim-de-semana, pessoas que praticam atividades apenas aos sábados e domingos, um alerta: a prática é prejudicial, pois não apresenta um ritmo adequado e coloca em risco a saúde.


Fonte: Treino Total - 07.08.09