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domingo, 30 de agosto de 2009

Exercício Físico e DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC)



Se você não passou, certamente conhece alguém que já tenha passado por um infarto ou por complicações cardiovasculares daquelas que acendem a luz vermelha e fazem as pessoas começarem a pensar melhor sobre a sua saúde.

Isso é reflexo da grande incidência das doenças cardiovasculares, principalmente a doença arterial coronariana (DAC), em nossos dias.

A DAC se caracteriza por uma obstrução das coronárias como conseqüência de uma placa de gordura que se forma no seu interior. Esse processo é conhecido como aterosclerose e tem como principal conseqüência o infarto.

O mais importante, a saber, é que, na maior parte dos casos, a DAC não aparece de uma hora para outra, mas é reflexo de uma exposição constante aos chamados fatores de risco.

O desenvolvimento da placa de gordura nas coronárias pode levar anos e entre os seus principais fatores de risco está o sedentarismo.

Assim, a prática regular de exercícios pode fazer muito por quem quer tratar ou prevenir o aparecimento da DAC e suas complicações.
Mas qual é, então, a prática mais adequada para melhorar a saúde cardiovascular e reduzir o risco de infarto?

Primeiro passo

O primeiro passo é fazer uma avaliação cardiológica e realizar um eletrocardiograma de esforço, também chamado de teste ergométrico.
O teste ergométrico vai servir não só para avaliar a sua condição física, mas também para verificar se o coração e a pressão arterial respondem bem ao exercício.

Efeitos do exercício
Os exercícios aeróbios provocam alterações importantes no sistema cardiovascular que beneficiam tanto quem está prevenindo quanto quem, por exemplo, já passou por um infarto e pretende se reabilitar.

Os exercícios de musculação garantem melhoras, principalmente na função muscular, melhorando a capacidade para realização de tarefas que necessitem essencialmente de força nos músculos e reduzindo chance de desconfortos durantes as atividades diárias.

Por isso, um programa ideal deverá incluir esses dois tipos de exercício, tendo como elemento central os exercício aeróbios (caminhada, corrida, bicicleta, etc.) associados aos exercícios de musculação ou de ginástica localizada.

Como os exercícios devem ser realizados:

A intensidade do exercício aeróbio deverá ser de leve a moderada, como por exemplo, aquele que lhe permita andar e conversar ao mesmo tempo, aumentando sempre gradativamente conforme você for se adaptando ao treinamento, para garantir uma boa evolução.

Os exercícios de musculação deverão ser realizados em intensidades não muito elevadas e de forma a não provocarem fadiga excessiva, não havendo, a princípio, nenhum exercício ou aparelho proibido.

Importante

Para qualquer que seja o ambiente em que você resolver treinar existem duas outras medidas importantes: buscar orientação de um professor de educação física e ficar sempre bastante atento a sintomas e desconfortos durante a atividade.

No mais, se já começou, mantenha sua prática de acordo com essas recomendações e se ainda não iniciou, esse é o momento.

Bom treino.


Fonte: Publicado por Márcio Souza - Mestre em Biodinâmica em 28/08/2009 - Treino Total

sábado, 29 de agosto de 2009

HPV


Do vírus a vacina - Tudo sobre a infecção que afeta 8 de cada 10 mulheres e que pode causar o câncer de útero
O que é?
O papilomavírus humano não é apenas um vírus, mas uma família inteira deles – são aproximadamente 150 tipos. Algumas versões, que não necessariamente são transmitidas sexualmente, causam verrugas na palma das mãos e na planta dos pés. “Outras levam a uma lesão precursora de câncer na região genital”, diz o dermatologista Hélio Miot, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. E são esses últimos tipinhos, com predileção pelas partes baixas, os mais preocupantes. “Hoje o HPV é a principal doença viral transmitida pelo sexo. E ele está envolvido em praticamente todos os casos desse tumor”, afirma Luisa Lina Villa, diretora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo. Se isso parece não ter nada a ver com você, saiba que oito entre dez mulheres sexualmente ativas contraem pelo menos um tipo do papiloma ao longo da vida.Além do útero Os tipos mais perigosos, chamados de alto risco, podem estar relacionados, em menor freqüência,a tumores de ânus, pênis, vulva, boca e até faringe
Formas de contágio:
O contato sexual é a maneira mais comum de contágio. E bastante atenção: inclua aí preliminares e sexo oral. Basta o reles atrito com a mucosa infectada, da mão, da boca ou dos genitais, para o vírus fazer mais uma vítima. “Entre uma e três relações sexuais sem penetração é o suficiente para se contaminar”, alerta Luisa Lina Villa. Repetindo: sem penetração. Toalhas, roupas e superfícies como a tábua do vaso sanitário também favorecem a transmissão do vírus. Mas a contaminação por objetos, embora possível, é raríssima.
Prevenção:
Algumas medidas são indispensáveis para fugir da cilada do HPV: evitar ter vários parceiros e usar camisinha. Ela só não garante 100% de proteção porque não cobre toda a superfície de contágio.Mas, para os especialistas, de longe a arma mais eficiente contra o HPV é a vacinação, hoje recomendada para meninas e jovens entre 9 e 26 anos (Um ano após o começo da vida sexual, uma em cada quatro garotas apresenta lesões causadas por HPV, segundo um estudo do Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro. "A idade de iniciação sexual faz diferença porque, quanto mais tempo de exposição ao vírus, maior é o risco de infecção", observa Luisa Lina Villa. Como o colo do útero das adolescentes está em formação, elas são ainda mais vulneráveis. A maior incidência é justamente entre mulheres com menos de 25 anos. "Atualmente, há um segundo pico aos 40, entre as divorciadas que retomam a vida sexual", lembra Carmita.). São três doses – cada uma custa em torno de 400 reais – e o ideal seria que elas fossem tomadas antes mesmo da iniciação sexual, quando ainda não houve contato com o vírus. A eficácia da vacina é alta: 95% de sucesso no combate aos principais causadores de câncer e, no caso da quadrivalente, proteção também contra os que mais provocam verruga genital. “Estudos já mostram os benefícios da vacinação em pessoas com mais de 26 anos e até em homens”, revela Thomas Broker, presidente da Sociedade Internacional de Papilomavírus. Ou seja, é muito provável que, em breve, ela também seja aplicada nesses públicos.
Vacinas:
Bivalente - Protege contra os tipos 16 e 18 do vírus, que são os que mais causam câncer. E é recomendada para meninas e jovens entre 10 e 25 anos.
Quadrivalente - Também age contra os tipos 16 e 18 e, de quebra, afasta o 6 e o 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais, que são de difícil tratamento e altamente contagiosas. Esta versão é indicada para meninas e jovens de 9 a 26 anos.
Exames:
Tomar a vacina não exclui a necessidade de manter-se fiel aos procedimentos rotineiros de prevenção e detecção do vírus. Veja quais são eles:
Papanicolau: Com uma espátula, o médico colhe material do colo do útero e coloca em uma lâmina. Aí, é feita uma análise em microscópio. Não dá para identificar o vírus, mas é possível verificar se há alterações nas células.
Colposcopia: O colposcópio é um aparelho capaz de ampliar 20 vezes a imagem da vagina, da vulva, do colo do útero e do ânus. Para flagrar lesões, um líquido reagente é pincelado na mucosa. No caso dos homens, o exame correspondente é a peniscopia.
Biópsia: Quando os métodos anteriores acusam alguma alteração, retira-se uma pequena amostra do tecido suspeito. Mais uma vez, ela será analisada em microscópio.
Captura híbrida: O material do colo do útero é coletado com o auxílio de uma pequena escova, que, depois, é mergulhada em um líquido desenvolvido para conservar as células. Essa técnica acusa a presença do HPV mesmo se não houver sintomas e determina se o micro-organismo é de alto ou de baixo risco.
Novas técnicas: Já estão disponíveis procedimentos que denunciam os subtipos do HPV por meio da análise do seu DNA, apesar de poucos laboratórios oferecerem o serviço. A grande novidade no que diz respeito ao diagnóstico, no entanto, é um teste desenvolvido pelo cientista norueguês Frank Karlsen, especialista em biologia molecular e virologia. Ele consegue mostrar, entre as mulheres infectadas por vírus de alto risco, quais estão mais sujeitas ao desenvolvimento do câncer de colo do útero. “É quase certo que elas terão câncer se o exame der positivo”, disse o médico a SAÚDE!.
Fonte: Nelson Gaburo Júnior, chefe do Laboratório de Biologia Molecular do Diagnósticos da América
Tratamentos:
Entre as opções de tratamento estão laser, substâncias químicas, bisturi elétrico, cremes e pomadas cicatrizantes. E quem já cuidou de uma lesão por HPV sabe que é preciso paciência para dar fim ao problema. As verrugas, por exemplo, são tremendamente persistentes. Agora, se você acabou de descobrir que está entre as vítimas do vírus não deve se desespere. “Hoje existe o domínio total sobre o diagnóstico e o tratamento do HPV”, garante o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. Segundo o médico, tão importante quanto tratar a lesão é avaliar aspectos emocionais e imunológicos da paciente. Quer dizer: estresse, má alimentação e poucas horas de sono são grandes empecilhos para quem está em tratamento. O cigarro, não custa lembrar, deixa as defesas do corpo mais fracas, permitindo que o vírus fique firme e forte no organismo por mais tempo.
HPV nos Homens:
Apesar de causar maior estrago nas mulheres, essa família de vírus desaforados não tem preferência sexual. “Nos homens, a contaminação por HPV também é frequente”, conta a epidemiologista Maria do Carmo Costa, do Instituto Nacional do Câncer. Só que, para eles, a higiene é um tanto mais fácil — sem falar que qualquer ferida, por uma questão anatômica, logo salta aos olhos e pode ser tratada depressa. Entre casais Como o HPV sabe ser discreto – pode permanecer incubado por um ano e às vezes por período indeterminado –, quando ele aproveita uma brecha do sistema imune para se manifestar fica difícil identificar a ocasião em que foi contraído. Daí, apontar o dedo para o parceiro é a primeira reação. “Já vi casais de separarem por isso”, diz a ginecologista Helena Junqueira, do Hospital Santa Joana, em São Paulo. Segundo Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, é essencial que exista um diálogo sincero, sem essa de um culpar o outro. “O importante é que ambos façam o tratamento adequado e ponto”, enfatiza.
Dúvidas mais frequentes:
Qual é a diferença entre HPV e herpes genital?
“Papilomavírus humano (HPV) e herpes (HSV) são vírus diferentes, responsáveis por doenças diferentes, sem relação entre eles, a não ser pelo fato de serem vírus”, afirma Sérgio Mancini Nicolau, ginecologista da Universidade Federal de São Paulo.
Posso transmitir o vírus mesmo sem lesões visíveis a olho nu?
Sim. Pode transmitir e pode pegar de outra pessoa nessa situação. Mesmo latente, ou seja, sem manifestação visível, o HPV tem poder de contaminar.
Alguns tipos de HPV provocam coceira e corrimento?
A infecção por HPV costuma ser assintomática. Os sintomas citados são inespecíficos e podem estar relacionados a outros agentes causais, especialmente os corrimentos, que costumam ter outra origem.
Contraceptivo oral é fator de risco para o câncer do colo do útero?
O contraceptivo hormonal, assim como o fumo, pode ser considerado um co-fator, que, associado ao papilomavírus humano, pode aumentar o risco de desenvolver o câncer do colo do útero.
Grávidas podem tomar a vacina? Por enquanto, não. Ela até pode ser liberada para gestantes em breve. “Mas, como ainda não foram concluídos estudos sobre sua segurança em casos assim, ela é temporariamente contraindicada”, explica Gabriel Oselka, diretor da Clínica Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitária e em Imunizações (Cedipi).
E quem já passou da idade indicada para a vacinação, pode tomar?
Pode. Alguns médicos, aliás, já recomendam para pacientes com mais de 26 anos. É provável que a proteção não seja total, porque a mulher já pode ter contraído um dos tipos do vírus que a vacina contempla. Mas os imunizantes bloqueiam dois (bivalente) e quatro (quadrivalente) tipos do vírus. Quem não foi infectado por todos eles se beneficia de alguma maneira.
Por quanto tempo o imunizante garante proteção?
Por cerca de 8 anos e meio, mas esse prazo ainda não é definitivo. A vacina é recente e não deu tempo para estabelecer a validade, que pode ser maior.
Por que vacinar minha filha de 10 anos?
Ela provavelmente não entrou em contato com nenhum tipo do vírus, por isso o benefício será o melhor possível. A administradora paulista Roberta Fleury Alves Mesquita, 41 anos, que está na foto abaixo com a filha Rafaela, 11, vacinou a menina por orientação do pediatra. “A prevenção não tem idade”, diz. “Acho que um dia ela vai me agradecer por ter feito esse investimento para o seu bem.”
Fonte: Revista Saúde - agosto.09

sábado, 22 de agosto de 2009

Pipoca tem tantos antioxidantes quanto frutas e vegetais



Cereais consumidos no café da manhã também são ricos nessas substâncias

Frutas, vegetais e alimentos como chocolate, vinho, café e chá vêm sendo recomendados há anos por serem ricos em polifenóis e conseguirem reduzir doenças do coração e câncer. Mas até agora nenhum estudo havia conseguido provar se os chamados snack foods são fontes dessas substâncias.

Pesquisa da Universidade de Scranton, EUA, revelou que uma delícia comum no dia a dia, a pipoca, é tão rica em polifenóis quanto frutas e verduras. Os polifenóis são antioxidantes, quer dizer, são capazes de remover radicais livres do corpo, que causam danos às células e tecidos. Eles têm um efeito antioxidante 10 vezes superior a vitamina C e E.

"Ficamos surpresos de encontrar níveis elevados de polifenóis na pipoca. Posso dizer: comam pipoca. Ela faz bem à saúde", disse Joe Vinson, autor do trabalho. Segundo ele, uma xícara de pipoca contém quanto polifenol quanto uma maçã. O pesquisador afirma que cereais como a granola também são excelentes para a saúde. "Acreditava-se que os cereais integrais reduzissem o risco de câncer e males cardíacos pelo teor de fibra que eles têm, mas agora se sabe que é porque eles são ricos em antioxidantes."


Fonte: Revista Sport Life - 19.08.09

domingo, 16 de agosto de 2009

10 razões para você dormir bem


Vá para a cama e se entregue aos sonhos. Isso é tão importante quanto se alimentar direito e praticar atividade física para prevenir doenças, manter a cabeça a toda e até preservar o casamento

Há quem não pestaneje em dizer que dormir é sinônimo de perda de tempo. Trabalho, provas, festas, viagens — motivos (ou desculpas) não faltam para deixar a cama de lado. Mas o corre-corre, culpado pela rejeição ao travesseiro, cobra seu preço. Mais do que uma ilusão, fugir do sono é desferir um golpe no próprio corpo. No último congresso mundial de estudiosos desse assunto, o Sleep, realizado recentemente nos Estados Unidos, não restaram dúvidas: além de repor a energia, trata-se de um antídoto contra problemas bem mais graves que as visíveis olheiras.

Mas saiba que o descanso não exige apenas oito horas sob os lençóis. Ele requer regularidade — sim, o ideal é adotar um horário para despertar e outro para se deitar. “O sono também não deve ser fragmentado, ou seja, interrompido muitas vezes ao longo da noite”, avisa o neurologista Rubens Reimão, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esses cuidados são cruciais para que o organismo relaxe e cumpra tarefas exclusivas da madrugada. “É nesse período que produzimos o hormônio do crescimento, caro à recuperação dos músculos e dos ossos”, diz Reimão. E ainda fabricamos a melatonina, que zela pelas células e dá corda no relógio biológico. Bem, não vá bocejar justo agora. Trate de espantar por alguns minutos a vontade de contar carneirinhos e confira o que a ciência tem comprovado sobre os benefícios de pregar os olhos.

1. O elixir da longa vida

Assim poderia ser definido o sono — e não há exagero nessa afirmação. Um de seus efeitos protetores foi revelado por um estudo apresentado no Sleep. O trabalho acompanhou 5 mil americanos durante oito anos. Os indivíduos que prezaram um bom descanso noturno tornaram- se menos vulneráveis a todo tipo de doença. “As pessoas que dormem menos de seis ou mais de nove horas correm mais risco”, conta a líder da pesquisa, Alison Laffan, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins. Quando falamos em sono, nem sempre quantidade espelha qualidade. Ficar tempo demais debaixo das cobertas pode ser o resultado de uma noite conturbada e não reparadora. “E essa condição aumenta a pressão arterial, favorecendo males cardiovasculares”, diz a cientista.

2. Em paz com a balança

A batalha para emagrecer parece invencível? Então avalie como andam suas noites. Existem fortes indícios de que ficar em claro financie essa derrota. “A privação de sono faz cair a produção de leptina, o hormônio da saciedade”, afirma o neurologista Luciano Pinto Júnior, presidente da Associação Brasileira do Sono. Quem não apaga como deveria tende a exagerar nas refeições e ainda tem pouca disposição para se exercitar. O excesso de peso, aliás, costuma ser acompanhado pela apneia, distúrbio marcado por roncos e interrupções na respiração durante a noite. “Cerca de 50% dos obesos sofrem dessa doença, que contribui para perpetuar os quilos a mais”, diz a cardiologista Germana Linhares, da Universidade Federal do Ceará.

3. Xô, diabete!

Há alguns anos a insônia é acusada de incentivar esse mal. Um estudo da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, encontrou uma nova prova dessa perigosa ligação: pacientes insones — que têm dificuldades para adormecer ou manter o sono — estão mais sujeitos ao diabete tipo 2. Outro trabalho realizado em solo ianque, também discutido no Sleep, concluiu que tanto dormir de mais como de menos prepara o terreno para o transtorno. Embora nem todos os mecanismos para justificar esse elo tenham sido decifrados, os especialistas creem que a privação de sono — intencional ou patológica — atrapalhe a ação da insulina, o hormônio que leva o açúcar para dentro das células. Esse seria o primeiro passo para o desenvolvimento do mal do sangue doce.

4. DNA resguardado

O código genético é o primeiro da fila a sofrer retaliações pelas noites maldormidas. Para calcular até que ponto as unidades do genoma se alteram devido a esse serão às avessas, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) submeteram um grupo de ratos a uma experiência. Eles impediram que os bichinhos chegassem ao estágio mais profundo do sono, a fase REM, durante quatro dias. “Ao analisar mais tarde o cérebro dos animais, notamos mudanças nas expressões de genes ligados à manutenção da atividade celular e à proteção contra radicais livres”, conta Camila Guindalini, uma das autoras. É provável ainda que tais modificações tenham ocorrido em outros cantos do corpo. Mas o que aconteceria se, depois desse suplício, os ratos pudessem repousar por 24 horas? Camila e os colegas fizeram o teste. “Apenas 62% dos genes alterados voltaram ao normal”, diz. Agora, a equipe já analisa o impacto da carência do sono REM em seres humanos. Apesar de ser possível restabelecer o DNA após um final de semana em claro, esse caminho se torna sem volta quando a privação de sono é contínua. Afinal, isso pode corroborar mutações, transformações irreversíveis nos genes que estão por trás de males degenerativos.

5. Cabeça nota 10

Esta é para você convencer seu filho a largar o computador e ir para a cama antes da meia-noite. Segundo um trabalho da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, um sono de qualidade aprimora o desempenho acadêmico. Após avaliar 56 adolescentes, os pesquisadores observaram que quem dormia pouco ou acordava muito ao longo da noite teve as notas mais baixas em disciplinas como matemática e línguas. “O repouso fragmentado é prejudicial porque impede de chegar aos estágios mais profundos do sono”, diz a biomédica Deborah Suchecki, da Unifesp. A especialista está finalizando um estudo com achados semelhantes. “Animais que aprendem uma tarefa e são privados de sono têm uma pior performance quando vão realizá-la”, conta. “Mas, se os deixamos dormir, sua atuação é tão boa quanto a dos animais que não são desprovidos de descanso.”

6. Ideias a mil

Há dias em que quebramos a cabeça para resolver um problema e, após horas extenuantes, não conseguimos dar cabo dele. Daí, basta uma bela adormecida para na manhã seguinte cumprir a tarefa em minutos. Ora, dormir é um remédio para a criatividade. Quem assina embaixo é a expert em sono Sara Mednick, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que acaba de mensurar esse potencial. “Descobrimos que a fase REM, aquela em que sonhamos, melhora em até 40% a habilidade de solucionar questões que exigem nosso lado criativo”, conta. “Isso porque nesse estágio ocorrem associações entre ideias que antes estavam desconexas”, explica Mednick. “Durante os sonhos, o cérebro processa os eventos do dia e se prepara para resolvê-los”, comenta Deborah Suchecki.

7. Em prol da memória

Todos já devem ter ouvido falar que dormir bem é fundamental para a consolidação das lembranças. Isso é fato. Mas uma pesquisa apresentada no Sleep pela Universidade Harvard, também em terra americana, atesta que ela faz toda a diferença na hora de selecionar o que é mais relevante guardar para o futuro. “À noite o cérebro reprocessa as informações e passa a armazenar a memória”, afirma a neurologista Suzana Schonwald, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Ele realiza uma espécie de transferência de arquivos”, compara. Esse serviço permite escolher e fixar as recordações que conservaremos para o resto da vida

8. Poder anticâncer

A calada da noite é um momento ímpar para que as forças de defesa se organizem e estejam aptas a desarticular tumores o mais cedo possível. Quando estamos aconchegados no travesseiro, nosso corpo libera substâncias que participam direta ou indiretamente dessa missão. A melatonina, por exemplo, ativa linhas de combate contra os radicais livres que lesam o DNA. Como ela é fabricada depois que o sol se põe, é vital que não troquemos a noite pelo dia. “Estudos apontam que trabalhadoras noturnas correm mais risco de desenvolver câncer de mama”, exemplifica Rubens Reimão. Não bastasse corrigir falhas genéticas que culminam na doença, esse apagão temporário (e benéfico) do organismo retardaria sua evolução.

9. Felizes para sempre

O casal que se ama deve cuidar da qualidade das suas noites — e não estamos falando da agitação entre os lençóis. O psicólogo Brant Hasler, da Universidade de Pittsburgh, constatou, depois de analisar 29 pares, que um sono irregular patrocina crises conjugais. “Existe um ciclo vicioso: os parceiros que vivem discutindo dormem mal, e isso, por sua vez, piora a relação no dia seguinte”, explica. “Consideramos um sono problemático quando os participantes demoravam muito para adormecer e acordavam várias vezes na madrugada”, esclarece Hasler. Para os casais que estão em pé de guerra, o especialista deixa um conselho: “Tente resolver os conflitos antes de se deitar, porque eles podem perturbar o sono, dando continuidade às brigas”.

10. Coração forte

Na verdade, todos os vasos são gratos quando a gente se desliga do plugue à noite. A retribuição a esse investimento é uma probabilidade bem menor de ser vitimado por infartos e derrames. “O déficit de sono coloca o corpo em estado de alerta, o que dispara a produção de hormônios ligados ao estresse e eleva a pressão arterial, condições favoráveis à doença cardiovascular”, explica a bioquímica Michelle Miller, da Universidade Warwick, na Inglaterra. Madrugadas turbulentas resultam numa indesejada descarga de adrenalina na circulação, algo que corrompe a elasticidade das artérias. Perigo dobrado correm os portadores de apneia do sono. “Ela já é considerada um fator de risco independente para a hipertensão”, afirma Germana Linhares. E a pressão nas alturas, como você sabe, é o estopim para ataques cardíacos e cerebrais.

Por falar nisso, a privação de sono é ainda mais devastadora ao coração feminino. Foi o que comprovou a pesquisadora Michelle Miller ao analisar mais de 4 600 ingleses. “Diferentemente dos homens, as mulheres que dormiam menos de cinco horas por dia apresentavam níveis elevados da proteína C-reativa no sangue”, revela Michelle. Essa molécula é usada pelos médicos como um marcador do risco cardiovascular porque indica o grau de inflamação no organismo. “Os processos inflamatórios, estimulados pelo pouco sono, favorecem a formação de placas nas artérias”, justifica Michelle. Ainda não se sabe por que elas estão mais suscetíveis à ameaça, mas os marmanjos não devem sair por aí contando vantagem. Boas noites de sono são imprescindíveis a qualquer um que pretenda manter a saúde em forma.

Saiba quanto nós dormimos (ou deveríamos dormir) em média, por dia, durante diferentes fases da vida:

1. Recém-nascidos: 16 horas
2. Crianças: entre 10 e 12 horas
3. Adolescentes: entre 8 e 9 horas
4. Adultos: 8 horas
5. Idosos: entre 6 e 7 horas

As cinco fases do sono

Elas se repetem em quatro a cinco ciclos ao longo da noite e são essenciais para restaurar o corpo e a mente

1. Estágios 1 e 2: o primeiro também é chamado de estado de sonolência porque representa a transição para o sono. Já no segundo há um bloqueio dos estímulos que vêm do ambiente.
2. Estágios 3 e 4: entramos nas estações mais profundas do sono. O organismo passa a produzir hormônios que atuam na recuperação dos músculos e do esqueleto.

3. Fase REM: é o estágio em que sonhamos. É caracterizado por uma alta atividade cerebral e considerado o período mais importante para o restabelecimento das funções cognitivas.

Principais disturbios do sono:

1. Insônia: é a dificuldade em adormecer e manter o sono ao longo da noite. Suas causas são múltiplas — de transtornos psicológicos a tabagismo, além de consumo abusivo de café, álcool e energéticos. O tratamento varia de acordo com a origem do problema, mas geralmente são usados remédios que instigam a sonolência.

2. Apneia do sono: famosa pelos roncos, a doença é caracterizada por interrupções na passagem de ar pela faringe, que podem durar de dez segundos a um minuto. O perigo é que a barulheira noturna deixa o organismo sob estresse e reduz o aporte de oxigênio aos tecidos. Para controlá-la, existem cirurgias, aparelhos bucais e equipamentos como o CPAP, que regularizam a respiração enquanto o indivíduo dorme.


Fonte: Revista Saúde - agosto/09

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Exercício ajuda as crianças a dormir



Pesquisa realizada na Austrália mostra que o sedentarismo prejudica o sono das crianças

Crianças que não são ativas durante o dia levam mais tempo para dormir. É o que mostra estudo da Monash University, em Melbourne, Austrália.

Segundo os pesquisadores, cada hora que a criança fica parada resulta em 3 minutos a mais para dormir. Publicado no periódico Archives of Disease in Childhood, a pesquisa envolveu 519 crianças nascidas entre 1996 e 1997, que foram acompanhadas quando elas tinham sete. A maior parte dos pequenos leva até 40 min para dormir, sendo a média de 26 min. Alguns levam até três horas.

As crianças foram monitoradas para saber quais delas eram sedentárias e quais se exercitavam durante o dia. Os ativos, que caíram no sono logo, também foram os que dormiram mais.
“O estudo enfatiza a importância da prática de atividade física por crianças não apenas para o condicionamento físico, mas para a saúde do coração, o controle de peso e o sono”, escreveram os cientistas.

FONTE: Revista Sport Life - 11.08.09

domingo, 9 de agosto de 2009

Automedicação é um risco à saúde



A cena é comum: na farmácia, o cliente chega, pega a cesta de compras e, como se estivesse num mercado, escolhe diversas cartelas de remédios na intenção de resolver problemas de saúde que surgiram. A questão é que nem sempre os medicamentos foram receitados pelo médico, mas indicados pelo balconista, por colegas de trabalho ou pela propaganda na TV. No entanto, o resultado da automedicação pode ser perigoso.

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) da Fiocruz apontam que há, por ano, 34 mil casos de intoxicação por uso indevido de remédios, com média de 91 mortes. "O problema não está na medicação em si, mas na prática abusiva e combinações perigosas. Fora o perigo de mascarar sintomas e agravar doenças", diz Anthony Wong, toxicologista no Hospital das Clínicas e diretor do Centro de Assistência Toxicológica, em São Paulo.

A automedicação leva a riscos que vão desde reações alérgicas, diarreia, tonturas e enjoos, até anular eficácia de medicamentos ou potencializar efeitos colaterais. Outro risco é dependência física e psicológica, como nos casos de psicotrópicos (antidepressivos, ansiolíticos) que, tomados acima da dose, afetam sistema nervoso.

Remédios vendidos sem necessidade de receita - ácido acetil salicílico, paracetamol, dipirona e fitoterápicos - parecem inofensivos. Porém, a farmacêutica Fernanda Chalabi, da Office Lab, avisa que o uso indevido causa danos, principalmente no fígado, se tomados em excesso. "Já a aspirina tem ação anticoagulante e, se ingerida inadequadamente, pode acarretar úlcera."

O endocrinologista Tércio Rocha ainda alerta quanto aos remédios para emagrecer - anfetaminas, laxantes e diuréticos. "Anfetaminas oferecem mais risco. Só fazem perder fome e capacidade de o organismo perder gordura. Diuréticos e laxantes só estimulam eliminação de líquidos. Aí cria-se uma falsa ideia de emagrecimento." E até filtro solar deve ter aval médico. "A eficácia varia de pessoa para pessoa", destaca o dermatologista Murilo Drummond, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Colírio errado compromete visão e saúde
Estudo do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, com 2,7 mil pacientes mostra que 67% já fizeram uso incorreto de colírio. Vasoconstritores, muito usados para clarear vermelhidões, predispõem a catarata precoce, alterações cardíacas e aumento da pressão arterial. E o uso contínuo de antiinflamatórios, associados a corticoide e antibiótico, eleva o risco de catarata e glaucoma.

Dúvidas

O que fazer em caso de reação alérgica a algum medicamento?
Procurar imediatamente um posto de saúde. Não tome nenhum remédio em casa por conta própria.

Como é possível fazer o diagnóstico?
Observe se surgiram quaisquer sinais de manchas no corpo, placas, coceiras e vermelhidões, bolhas isoladas ou juntas. O ideal é fazer um diagnóstico precoce para verificar as possíveis reações alérgicas.

O que fazer em caso confirmado de alergia?
Suspender imediatamente o uso do medicamento.

Se for confirmada a alergia a algum remédio, há tratamento?
Sim. Geralmente é com uso de corticoides e outros medicamentos que diminuem a reação do organismo.

Medicamentos fitoterápicos (naturais) também causam riscos?
Todos os medicamentos, sem exceção, têm efeitos colaterais e podem provocar riscos à saúde.

Misturas perigosas

Anticoagulante (warfarina) + remédio para controle do colesterol (sinvastatina)
A warfarina aumenta chances de efeitos colaterais da sinvastina, como dor muscular, e a combinação pode piorar problemas como úlceras e outros tipos de sangramento.

Antibióticos + antiácidos
Antiácido diminui até em 70% a absorção do antibiótico.
Antibióticos + anticoncepcionais
O antibiótico reduz concentrações hormonais, diminuindo eficácia da pílula.

Ansiolíticos + sedativos + álcool
Mistura aumenta o efeito depressor do sistema nervoso, podendo causar depressão respiratória, hipotemia e falência cardiovascular.

Analgésicos + ansiolíticos
O ansiolítico fortalece efeitos de analgésicos, podendo causar baixa no ritmo cardíaco.

Niacina (vitamina B3) + atorvastatina ou sinvastatina (ambos para controle do colesterol)
A mistura aumenta a chance de dores musculares e morte de células do tecido muscular.

Lisinopril (para controle de hipertensão) + suplementos de potássio
O uso combinado aumenta o risco de níveis elevados de potássio no sangue, podendo provocar ataques cardíacos e até a morte.

Corticoides + antiinflamatórios
Podem causar dores de estômago e maior risco de úlceras.

Antidepressivos + inibidores de apetite
Antidepressivos potencializam efeitos colaterais de remédios para emagrecer, podendo causar irritabilidade e psicoses.

Fonte: Vida e Saúde - Terra - 09.08.09

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Exercício intenso diário afasta risco de câncer


Estudo finlandês diz que maior consumo de oxigênio reduz chances de morte pela doença


O aumento do consumo de oxigênio, associado a atividades físicas moderadas a intensas, parece reduzir o risco de câncer. É o que relata um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine.


A pesquisa finlandesa acompanhou 2 560 homens entre 42 e 61 anos, cujas rotinas de malhação foram supervisionada por um ano. Nenhum dos participantes do estudo tinha histórico de câncer na família e todos eles foram reavaliados por 16 anos. Nesse período, 181 morreram de câncer. Aqueles que haviam se engajado em atividades físicas intensas a moderadas por 30 minutos diários tiveram 50% menos chance de desenvolver a doença, quando comparados a outros homens.


Os pesquisadores descobriram que um aumento de 1,2 unidades metabólicas (consumo de oxigênio) foi relacionado com a redução do risco de morte por câncer, especialmente o gastrointestinal e nos pulmões.


Fonte: Revista Sport Life - 31.07.09

sábado, 1 de agosto de 2009

Os prejuízos e perigos da poluição para os praticantes de atividades físicas ao ar livre


Engana-se quem pensa que praticar atividades físicas ao ar livre é necessariamente mais benéfico do que malhar no espaço restrito de uma academia. Segundo o dr. Ubiratan de Paula Santos, presidente da Comissão de Doenças Ambientais e Ocupacionais da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), como tudo na vida, essa é uma questão que deve ser avaliada por seus múltiplos aspectos. Em academias bem climatizadas, por exemplo, não há enormes diferenças entre as temperaturas corporal, mesmo nos picos de calor, e a do ambiente. Isso já não ocorre nos parques, territórios em que os termômetros obedecem somente às leis da natureza.

É relevante considerar que a poluição exerce efeito ainda maior durante a pratica de exercícios físicos. Nesta hora, o corpo naturalmente necessita de mais oxigênio e, para isso, é inspiramos maior volume de ar em busca de oxigênio. Dessa forma também aumentam a quantidade de poluentes inalados e seus efeitos maléficos, adverte o dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente da SPPT.

O risco existe tanto em ambientes abertos como fechados. Nos fechados, a vantagem é poder controlar a temperatura e, com isto, facilitar a dissipação de calor produzido pelo corpo. Por outro lado, sistemas de ar-condicionado podem reduzir a umidade do ar e, no caso de academias localizadas em vias de grande tráfego, há inclusive o risco de ter o ar interno ainda mais poluído que o externo.

São poucos os estudos sobre os prejuízos dos gases poluentes às pessoas saudáveis. Porém, os especialistas não têm dúvidas quanto aos principais grupos de risco.

“Portadores de doenças crônicas e algumas de origem metabólicas sofrem mais, portanto, devem evitar os dias de altas temperaturas e a proximidade de até 200 metros de vias mais movimentadas. A poluição, além de provocar crises, diminui a performance”, pondera o dr. Ubiratan.

Há países, como o Canadá, em que o indicado é consultar as taxas de poluição do ar antes da prática de exercícios físicos ao ar livre.

No que diz respeito à excessiva quantidade de poluentes e à concentração de ozônio nos parques de grandes metrópoles como São Paulo, o dr. Ubiratan informa que a situação é mais grave nos horários de maior congestionamento.

“Há aumento dos gases e material particulado nos horários de pico, que chegam a ficar de 4 a 5 vezes maiores. O ozônio aumenta nos horários de maior presença da luz solar, entre 10h e 16h.”
De maneira geral, o melhores horários para a prática de exercícios ao ar livre são antes das 7h e após às 20h, horários com menores tráfego de veículos e radiação solar.

“Portadores de doenças respiratórias, cardiovasculares e metabólicas crônicas também podem buscar informações sobre a qualidade do ar nos órgãos que monitoram o ar ambiental, como a Cetesb”.