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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A continuidade gera o sucesso dos treinamentos



Depois de muito ENFATIZAR para meus alunos esse assunto, resolvi escrever para meus leitores...

Muitas pessoas perguntam para mim...

Posso treinar uma vez na semana? Sim! Claro que pode.
Treinar todos os dias é legal? Sim! Mas cuidado para não se exceder.
Duas vezes na semana é pouco? Poderiam ser mais dias.
Posso treinar apenas de segunda a sexta? Sim! Seria melhor se nesse intervalo tivesse mais uma sessão.
Posso treinar somente no domingo? Sim! mas não é muito seguro.

Essas são algumas das perguntas que diariamente me fazem a respeito da continuidade dos treinamentos e as respectivas respostas que costumo dar. Não pretendo esgotar o assunto, porém, algumas dúvidas serão sanadas.

Não podemos deixar de lembrar que quando o assunto é treinamento físico estamos falando de humanos que têm filhos, amigos, estudam, trabalham, enfrentam trânsito, ou seja, muitas adversidades diárias e dentre estas responsabilidades ainda precisam arrumar tempo para investir na qualidade de vida.

Porque SIM? Grande parte dos profissionais de educação física saem da faculdade com muitas teorias sobre treinamento na bagagem, porém, falta um pouco de maturidade, que somente a prática dá. Treinar um atleta é fácil pois o trabalho dele é treinar. Por outro lado, treinar amadores é um desafio muito grande e por isso devemos levar em consideração diversos fatores.

É sabido que aproximadamente entre 24 e 48 horas os efeitos do treinamento se perdem.

Então, treinar apenas uma vez na semana teoricamente não traria resultados, certo?

Depende do objetivo do aluno: um atleta que busca resultados cada vez melhores nas competições; o aluno que busca 50cm ou mais de bíceps; aquela aluna querendo alcançar 110 de quadril (muito mais que a Carla Perez), o aluno que quer perder aquela barriguinha de cerveja, a aluna que quer emagrecimento, com certeza não alcançarão, pois realmente precisam se dedicar no mínimo 4 vezes na semana e cuidar seriamente da alimentação.

Se pensarmos em uma pessoa que está iniciando agora (totalmente sedentário) um treinamento para emagrecimento, melhora da qualidade de vida geral, seria o contrário. Uma vez na semana causaria uma série de benefícios e adaptações. Neste caso, 4 vezes na semana poderia ser muito, muito mesmo!

Assustar é o de menos, existem alguns princípios no treinamento desportivo que comentarei aqui, um deles é o princípio da adaptação que trata da homeostase(equílibrio) do organismo. Nós estimulamos o organismo e ele nos responde se desenvolvendo ou se “machucando”. Se o estímulo for Débil, não trará respostas. Caso o estímulo seja muito forte e longo, pode trazer danos irreversíveis.

Portanto, é preciso saber equilibrar bem o treinamento – nem 8 nem 80. Com um iniciante é difícil mensurar esse estímulo. Para atletas e alunos assíduos (alunos avançados)a coisa é bem diferente porque temos diversas maneiras de analisar. Geralmente treina-se 5 ou 6 vezes na semana, com isso a resposta ao estímulo é diária - o que facilita ajuste ao treinamento.

Outro princípio é o da interdependência volume-intensidade. Volume de treinamento é a quantidade de repetições de um exercício (300 abdominais, 3×5 rep. Tríceps), distância percorrida (10km de corrida, 1500 metros de natação), tempo de execução de um exercício (5 minutos de pedada no spining, 3 minutos numa posição). Intensidade de treinamento é a carga de trabalho aplicada que pode ser mensurada e aplicada de diversas formas peso(Kg), Percepção(Forte, Média, Fraca), frequência cardíaca máxima, Vo2 Máximo entre outros.

Quando temos mais dias para trabalhar podemos distribuir bem o volume-intensidade, quando temos apenas 2 dias por exemplo precisamos concentrar mais esse princípio em um ou dois dias na semana para que ocorra a SAG (síndrome da adaptação geral). A SAG é a capacidade do organismo de responder ao estímulo do treinamento. Juntamente com esses dois princípios, temos o princípio da continuidade que alega que os efeitos do treinamento se perde entre 24 e 48 horas, conforme comentei anteriormente.

Já vimos aqui que o ideal é treinar de acordo com o que queremos e o tempo que temos disponível, mas o ideal é 4 ou 5 vezes na semana, para ter o resultado que você busca. A CONTINUIDADE de treino é o que vai ajudá-lo a alcançar o OBJETIVO (emagrecimento, aumento de massa magra, flexibilidade, força...)

Se você tem poucos dias da semana livres para treinar, concentre mais volume e intensidade, pois assim os feitos permanecerão por mais tempo. Caso tenha apenas um único dia disponível, não desanime.

Lembre-se que um treino na semana pode significar um bom período de descanso nos demais dias. Além disso, pode ser o princípio para sair do sedentarismo e buscar mais qualidade de vida.

Bons treinos e planeje suas atividades (desportos ou academia) com um profissional de EF

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Novas descobertas sobre as doenças autoimunes


O que a ciência tem revelado sobre males como lúpus e esclerose múltipla

Diante de incertezas e acasos, o ser humano tenta encontrar uma explicação para fatos à primeira vista inexplicáveis. E um deles é a existência de doenças autoimunes. Os cientistas ainda tateiam em busca de motivos pelos quais nossas próprias defesas passariam a encarar o organismo como um adversário em um campo de batalha. A herança genética, é quase certo, tem parcela de culpa nesse desatino do sistema imunológico. Até aí, não há mesmo o que fazer. O curioso é que muita gente, apesar da predisposição, passa a vida toda sem experimentar essa reação masoquista dos guardiões do corpo. “Isso é o maior sinal de que fatores ambientais atuariam como estopins importantes para a autoagressão”, opina o reumatologista Luis Eduardo Andrade, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


Pesquisadores dos quatro cantos do globo querem decifrar quais seriam esses gatilhos. Um grupo do National Institute of Environmental Health Sciences, nos Estados Unidos, investigou o impacto dos raios ultravioleta do sol nos autoataques do corpo. Eles analisaram 380 pacientes diagnosticados com uma doença autoimune que acomete a pele, a dermatomiosite. Colheram amostras de sangue e verificaram a presença de um anticorpo específico, associado à exposição excessiva ao sol. “Confirmamos que a radiação altera o DNA das células cutâneas, o que aumenta, sobretudo nas mulheres, o risco de o organismo enxergá-las como estranhas, desencadeando o problema”, revela Frederick Miller, o autor do estudo.


Outra descoberta vem da Universidade da Califórnia, também nos Estados Unidos. Ali, os investigadores alteraram ratos, retirando de seus macrófagos — integrantes do sistema imune — uma proteína chamada TLR4. Depois, alimentaram os animais com uma dieta gordurosa, até que atingissem a faixa do sobrepeso. Ao contrário das cobaias normais, as modificadas não apresentaram inflamações nem resistência à insulina — reações esperadas quando se engorda demais. Ou seja, seria a tal proteína que ativaria a resposta imune à gordura. “Esse resultado é instigante, mas precisamos de mais estudos”, diz a reumatologista Maria Helena Kiss, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.


Recentemente na Suíça, na última reunião da Liga Europeia contra o Reumatismo — mal também causado pelas defesas do corpo —, os especialistas identificaram outras faíscas que fariam o sistema imunológico pegar fogo. “Parece que o cigarro e o consumo excessivo de café são capazes de tirá-lo do prumo”, revela a reumatologista Evelyn Goldenberg, da Unifesp. O estresse, as infecções sucessivas e até as pílulas anticoncepcionais completam a lista de suspeitos.


Quanto mais cedo forem detectados o reumatismo e outras encrencas autoimunes, menores os riscos de complicação grave. “Febre, sensação de fadiga, manchas avermelhadas na pele e dor nas articulações nunca devem ser subestimados”, avisa Maria Helena Kiss. Infelizmente, ainda não existe uma cura definitiva para esses males. O que se consegue, com os recursos modernos, é minimizar seus estragos e proporcionar maior bem-estar. Conheça, a seguir, o que é possível fazer nas principais enfermidades provocadas pelo sistema imunológico.


Lúpus eritematoso sistêmico

Entre todos os problemas autoimunes, é a disfunção mais temida porque, não raro, atinge órgãos vitais, como os rins, os pulmões, o cérebro e o coração, além da pele. “Acreditamos que a alta exposição aos raios ultravioleta e o uso de contraceptivos orais tornem o indivíduo mais suscetível ao lúpus”, avisa a imunologista Myrtes Toledo Barros, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Por isso, protetor solar nunca é demais. E por isso também mulheres com histórico familiar da doença devem fazer uso de anticoncepcionais de baixa dosagem.


A opção mais branda para contornar o lúpus são os anti-inflamatórios. Para as crises mais intensas, são prescritos corticoides, que, embora sejam mais eficazes contra a inflamação, provocam efeitos colaterais como obesidade e diabete. “Quando necessário, apelamos para drogas como o metrotexato e a cloroquina, que modulam a resposta imunológica, e para os imunossupressores, que, como o próprio nome sugere, reduzem a atividade do sistema de defesa”, explica Myrtes Barros. A questão é que esses últimos medicamentos baixam a guarda do organismo, deixando-o à mercê de infecções oportunistas. Quando nada disso resolve, ainda é possível lançar mão de uma classe de remédios classificados como anticorpos monoclonais. “Eles agem em alvos específicos, reduzindo reações indesejáveis. No caso do lúpus, o objetivo é bloquear o TNF-alfa, substância inflamatória produzida pelas células imunes”, ensina Luis Eduardo Andrade.


Artrite reumatoide

Essa doença inflamatória crônica geralmente acomete as cartilagens e ossos das pequenas e médias articulações, como mãos e punhos. “Mais raramente, pode prejudicar outros órgãos, como os pulmões”, alerta Evelyn Goldenberg. Outra forte razão para não negligenciar o problema acaba de ser discutida na Liga Europeia contra o Reumatismo. “Quando não controlada, a inflamação pode afetar as artérias, aumentando o risco de doença cardiovascular”, conta Evelyn.


Além dos anti-inflamatórios, dos corticoides e dos imunossupressores, os médicos têm observado excelentes resultados com as drogas biológicas influxumabe e etarnecept, que impedem a ação nociva do TNF-alfa nas articulações.


Tireoidite de hashimoto

Aqui o alvo é a tireoide, glândula responsável por produzir hormônios fundamentais para o bom funcionamento do organismo. “No caso, os linfócitos produzem anticorpos contra as células tireoidianas e as destroem aos poucos”, explica o endocrinologista Filippo Pedrinola, de São Paulo. “A vítima, então, começa a enfrentar ressecamento da pele e dos cabelos, depressão, fadiga, ganho de peso, constipação intestinal e, no caso das mulheres, alterações do ciclo menstrual”, continua.


Hoje, o foco do tratamento não é conter a agressão à tireoide. “O principal é fazer a reposição do hormônio levotiroxina, que ela deixa de produzir naturalmente”, diz Pedrinola.


Diabete tipo 1

Ele ocorre quando os anticorpos se voltam contra as chamadas células beta do pâncreas, as responsáveis por fabricar insulina, aquele hormônio que converte açúcar em energia.


“Sede e urina excessivas, mal-estar geral, perda de peso e fadiga são algumas manifestações do problema”, lista Filippo Pedrinola. A única saída é a reposição de insulina sintética.


“No futuro, a esperança é o implante de células do pâncreas no fígado do paciente, método que ainda está em fase experimental”, antecipa.


Psoríase

As vítimas dessa doença são as proteínas das células da epiderme e da derme — duas camadas mais superficiais da pele. “A lesão se manifesta em forma de manchas vermelhas e descamativas, que normalmente acometem as áreas articulares, como joelho e cotovelo, e o couro cabeludo. Para amenizar o incômodo, o metrotexato, os corticoides tópicos e imunossupressores costumam ser bastante utilizados. Os bloqueadores de TNF-alfa também são uma opção interessante, já que essa substância inflamatória é característica da doença. “Curiosamente, ao contrário do lúpus, o sol costuma ser benéfico no quadro de psoríase”, afirma Maria Helena Kiss.


Doença celíaca

“Em vez de mirar em um tecido do corpo, aqui o sistema imunológico descontrolado reage contra a gliadina, uma proteína presente no trigo, no centeio e na cevada”, descreve Myrtes Barros. Ou seja, basta comer um pãozinho para que a intolerância dê as caras, levando a diarreia, vômito, mal-estar e, consequentemente, a anemia e lesão da mucosa intestinal. O jeito é eliminar os causadores da reação do cardápio e optar por derivados de milho e mandioca. Boa notícia: vacinas e medicamentos para controlar a sensibilidade no intestino estão sendo testados no exterior.
Fonte: Revista Saúde - jan/10

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tira-dúvidas sobre gorduras

Se existe um nutriente que desperta muitas perguntas são as gorduras. Conheça as respostas para as 34 dúvidas mais frequentes


1. Posso aquecer o azeite na hora de preparar a comida?
Pode desde que você não submeta o óleo de oliva a uma temperatura acima de 180 graus centígrados por um longo período — e você facilmente alcança isso quando vai fritar alguma coisa. Em um calor desses, as gorduras benéficas que compõem o azeite são modificadas de tal maneira que se voltam contra o nosso organismo. Boa parte das gorduras insaturadas, que são nossas parceiras, se transforma em gorduras que patrocinam o desequilíbrio das taxas de colesterol e disparam males cardiovasculares. Portanto, na hora de preparar a comida, pode aquecer, mas tente usar o azeite no máximo para refogar um ingrediente por alguns instantes. Uma opção melhor ainda será usar o óleo de oliva em temperatura ambiente assim que o prato ficar pronto. Derrame um fio sobre ele e misture bem para dar aquele toque final. Claro, também vale usar o azeite como tempero de receitas frias, como saladas.

2. Posso comer um prato muito gorduroso à noite?
Depende. Pode desde que você não tenha problemas para digerir uma receita mais pesada. Os alimentos que abrigam muita gordura, como certos cortes de carne vermelha, levam mais tempo para serem quebrados e absorvidos pelo organismo. E toda essa demora causa indisposição em pessoas propensas a transtornos digestivos, não importa a hora do dia. À noite, é claro, tudo piora. Isso porque, quando estamos prestes a dormir, a própria digestão tende a ficar mais lenta. Se for o seu caso, deixe a comida gordurosa longe da mesa do jantar.

3. Dá para acreditar que a laranja ajuda a quebrar toda a gordura de uma bela feijoada?
A laranja é um acompanhamento tradicional da feijoada, mas os motivos – são dois – não têm nada a ver com a gordura. Um deles é simples: a combinação cai bem. O segundo é que ela, de fato, possui substâncias que ajudam na digestão das carnes e do próprio feijão porque participam da quebra das proteínas. E só.

4. Seria recomendável tirar totalmente a gordura da dieta?
De jeito algum! Mesmo quem deseja perder uns quilos precisa manter uma dose (menor, é claro) de gordura nas refeições. Ora, ela não é apenas essencial para o estoque de energia do organismo como também é um ingrediente básico para a manutenção de várias funções do corpo. Isso porque integra as membranas que envolvem as células, participa da produção de hormônios — inclusive os sexuais — e ainda marca presença na hidratação da pele.

5. Será que a gordura do frango é melhor do que a da carne vermelha?
Tanto a carne da ave como a bovina são um considerável reduto de gorduras saturadas De maneira geral, porém, a carne do boi é de fato mais gorda. É claro que tudo irá depender do corte. Uma picanha, por exemplo, é extremamente gordurosa. Mas vamos ser honestos: seu teor de gordura quase empata com o de uma asa de frango. Portanto, a lição é simples: procure escolher as peças mais magras de carne vermelha e retirar toda a pele do frango antes mesmo de prepará-lo, se possível, porque é nela que se encontra boa parte do colesterol e das gorduras das aves em geral.

6. Posso comer peixes gordurosos à vontade, já que a sua gordura é saudável?
A resposta é sim se você pensar só na saúde do coração. Mas, se estiver lutando para derrubar o ponteiro da balança, a ordem será maneirar. Por mais que seja benéfico, o ômega-3 dos peixes é uma gordura e, portanto, uma baita fonte de calorias — para cada grama gordurosa, são 9 calorias fornecidas! E é preciso ressaltar um ponto: a dieta rica em peixes também precisa estar recheada de substâncias antioxidantes. Pesquisadores notam que as gorduras poli-insaturadas, abundantes nos pescados, se oxidam mais rapidamente. Então, para evitar a formação de radicais livres no nosso corpo — e o consequente prejuízo que essas moléculas causam às nossas células —, é preciso investir também nas frutas e nas hortaliças para acompanhá-los nas refeições.

7. Dá para comer a gordura da carne de porco sem medo?
Assim como no caso do frango e das carnes bovinas, o porco também tem cortes mais magros. Um deles é o lombo, que, aliás, é mais magro que muitos cortes bovinos. Nos últimos anos, a criação dos suínos têm proporcionado carnes com uma quantidade bem menor de ácidos graxos saturados — justamente os que desvirtuam os níveis de colesterol. Nosso conselho é evitar exageros com o pernil: esse continua gordinho, gordinho...

8. Será que, ao trocar o leite integral pelo desnatado, estarei recebendo a mesma porção de cálcio?
Sim. A concentração do mineral nas versões integral e desnatada é praticamente a mesma. Aliás, o leite desnatado costuma ter até um pouquinho a mais. Ele deve ser a sua opção se você quiser preservar a saúde dos ossos e tornar seu cardápio mais leve.

9. Posso consumir creme de leite light à vontade?
Não pode. A expressão “light” indica que o creme de leite conta com um teor 25% menor de gordura. Ainda assim, sobra gordura à beça e não dá para abusar do ingrediente, sob pena de engordar e prejudicar a saúde cardiovascular.

10. Se eu comer margarina ou manteiga, dá na mesma em termos de saúde?
A questão é pra lá de controversa. A sua escolha não será fácil. A margarina nasce de um processo industrial que, antes, lançava mão de gordura trans, considerado o tipinho mais prejudicial à saúde. As novas fórmulas que encontramos nos supermercados baniram esse ingrediente terrível, só que, de acordo com alguns especialistas, ele foi trocado por doses extras de gorduras saturadas, que estão longe de ser inofensivas. Já a manteiga não tem nem nunca teve trans, mas costuma apresentar um total de gorduras maior do que a prima margarina. Ou seja, não dá para cair de boca em nenhuma das duas. Pelo menos, há versões de margarina enriquecidas com fitoesteróis, uma espécie de fibra que ajuda a derrubar o colesterol. Se agradarem seu paladar, elas seriam de fato uma boa opção. Mas, atenção, margarinas com fitosteróis não podem ser aquecidas.

11. Seria possível preparar o arroz sem usar um pingo de óleo?
Infelizmente, é difícil. Para que o arroz fique no ponto certo, soltinho, a receita pede um pouco de óleo. E não serão três gotas de óleo de soja ou de canola que atrapalharão sua batalha pela perda de peso.

12. Dá para fritar o ovo sem óleo?
Dá. Se você tiver uma frigideira com uma boa capacidade antiaderente, a gordura do próprio ovo será o bastante para fritá-lo. Uma alternativa é preparar um ovo poché pingando um pouco de água na panela no lugar do óleo. Se quiser, coloque um pouco de sal nessa água para temperar.

13. Será que alguém preocupado com uma dieta saudável pode se dar ao luxo de comer uma fritura de vez em quando?
Claro que sim! Só de vez em quando, em porções moderadas, não há problema, desde que sua saúde esteja em ordem. A restrição total de frituras só vale para quem precisa perder peso ou diminuir os níveis de colesterol e triglicérides no organismo.

14. Será que é mesmo proibido reutilizar um óleo vegetal de boa qualidade?
Não há exceção para a regra que proíbe a reutilização de óleos. O mais saudável deles se torna nefasto se é usado mais de uma vez. As substâncias que protegem a saúde vão para o espaço na primeira utilização e, de quebra, surgem outras, potencialmente perigosas. Uma delas é a croleína, que agride as mucosas de todo o organismo, o que pode ser o estopim de um câncer com o tempo.

15. Será que qualquer tipo de azeite de oliva protege o coração do mesmo jeito?
Os óleos de oliva que beneficiam para valer o sistema cardiovascular são os identificados como “virgem” ou “extravirgem”. É que, além de conter a saudável gordura monoinsaturada, eles abrigam um amontoado de antioxidantes naturais, que, por sua vez, derrubam os radicais livres que participam da instalação de placas de gordura nas artérias. Os azeites que não são 100% puros, também chamados de refinados, têm apenas uma pitada dessas moléculas.

16. Há um jeito e um lugar mais indicados para guardar o óleo vegetal?
Sim. Antes mesmo de guardar um óleo, verifique se a embalagem está bem fechada. Quanto menos oxigênio entrar no recipiente, melhor, porque o óleo ficará mais preservado. Especialmente depois de abri-la, é fundamental que fique em um lugar mais fresquinho e livre do excesso de luz — dentro de um armário, por exemplo. Ao lado do fogão ou exposto perto de uma janela, nem pensar. O calor e a luz vão oxidando o óleo aos poucos. Em outras palavras, ele vai perdendo suas moléculas do bem.

17. Pode o excesso de gordura à mesa alavancar os níveis de colesterol até mesmo em gente magra?
Pode — e como! Especialmente quando a dieta está cheia de gorduras saturadas (aquelas encontradas nas carnes, no leite integral e nos queijos) e trans (presente em biscoitos recheados, sorvetes e cremes industrializados). Quando desembarcam no nosso corpo, esses dois tipos influenciam a fabricação do colesterol e alteram determinados receptores das células onde deveria se encaixar o LDL, o colesterol ruim. Resultado: ele não se encaixa direito, não entra nas células e fica sobrando na circulação, transformando-se em um ingrediente das placas que entopem os vasos. Há indícios de que a trans seria ainda mais nociva: ela ajudaria a derrubar os níveis de HDL, a fração boazinha do colesterol, que tem a função justamente de varrer seu opositor, o LDL, quando começa a se acumular nos vasos.

18. Será que uma criança não deveria ser liberada para comer gordura à vontade, já que está em crescimento?
“À vontade”, não. Uma criança não deve ser proibida de comer alimentos gordurosos por pura encanação dos pais. Mas esses alimentos também não podem ultrapassar cerca de 30% da composição da dieta — aliás, essa é a mesma proporção para os adultos. A gordura é uma matéria-prima importante para o desenvolvimento do pequeno. Se, porém, ele exagerar no consumo, correrá o risco de ganhar peso e, pior, ficar com o colesterol elevado desde a infância.

19. Pode uma pessoa mais velha comer a mesma quantidade de gordura a que ela estava acostumada na juventude?
Pode, caso ela não apresente problemas de digestão ou uma das condições que formam a síndrome metabólica — colesterol e triglicérides elevados, glicemia descontrolada, barriga proeminente ou pressão nas alturas. Geralmente, o avanço dos anos vem seguido por uma maior propensão a essas encrencas. Daí porque a maioria dos indivíduos tenha de cortar itens gordurosos do cardápio na maturidade. O próprio sistema digestivo, por exemplo, tende a trabalhar mais lentamente com a idade.

20. Pode um prato muito gorduroso causar uma tremenda indigestão?
Pode, especialmente em pessoas que tenham propensão a essa chateação. As gorduras tendem a tornar a digestão mais lenta e, nesse cenário, alguém predisposto ao problema pode sentir aquele mal-estar. Mesmo quem não costuma apresentá-lo pode, em um dia em que o organismo está sob estresse, enfrentar uma bela indigestão depois de um rodízio na churrascaria, por exemplo.

21. O excesso de gordura pode provocar diarreias?
Pode. Um prato muito gorduroso é capaz de disparar alterações no funcionamento do intestino. A grande quantidade de ácidos graxos, que são as moléculas que formam as gorduras, torna as fezes mais pastosas, para não dizer... escorregadias.

22. Pode uma dieta rica em gordura causar problemas de fígado?
Pode. O menu gordo todo santo dia favorece o depósito de gordura no fígado. Os médicos conhecem esse quadro como esteatose hepática. O acúmulo de gordura dentro das células do fígado dispara inflamações crônicas por ali e, com o tempo, pode levar essa glândula vital à falência.

23. Pode o excesso de gordura no dia-a-dia favorecer o aparecimento do câncer? Pode. Os cientistas investigam a fundo essa história e já colhem evidências de que uma dieta repleta de gorduras saturada e trans estimularia a gênese de um tumor. Uma das explicações é que elas incentivariam a maior formação de radicais livres no corpo. Em abundância, essas moléculas podem causar danos tanto a estruturas celulares como no próprio DNA. Assim, ao atrapalhar um gene que bloqueia o aparecimento de um câncer, tais substâncias acabam patrocinando a origem e a progressão da doença. Estudos também mostram que pessoas que abusam de um cardápio rico em carne vermelha têm mais câncer de cólon. Uma das hipóteses é que a gordura em excesso — e a sua oxidação dentro do corpo — prejudique a mucosa do intestino e o consequente aparecimento de lesões por ali.

24. Pode uma dieta cheia de gorduras disparar problemas na vesícula?
Pode. Normalmente, gorduras além da conta obrigam a vesícula biliar a trabalhar demais. Ora, é ela que armazena a bile, um suco digestivo produzido no fígado e que, sempre que necessário (leia-se, sempre que há gordura para ser quebrada), é despejado no intestino. A demanda excessiva provoca alterações no equilíbrio da receita desse líquido. Ele passa a concentrar mais sais biliares. E os sais, por sua vez, tendem a se unir, formando pedras.

25. Quem foi operado da vesícula pode comer gorduras numa boa?
Quem precisou retirar a vesícula recentemente deve diminuir o aporte de gorduras no prato. Ao menos por um tempo. É que seu aparelho digestivo ainda está passando por uma fase de readaptação. Sem a vesícula, o fígado ficará com toda a responsabilidade de lançar a bile diretamente no intestino para ajudar na digestão da gordura. E ele às vezes não faz isso de prontidão.

26. É verdade que comer muita gordura contribui para o aparecimento de espinhas?
Isso pode até acontecer se você já tiver propensão à acne. Ainda não se sabe muito o porquê, mas o excesso de gordura torna a pele mais oleosa. E o excesso de óleo nesse tecido cria a condição ideal para o aparecimento dos cravinhos — poros entupidos de sebo —, que, por sua vez, são um banquete para as bactérias por trás da acne.

27. Posso trocar o azeite de oliva pelo óleo de canola?
Cada óleo tem as suas propriedades. O azeite de oliva é rico em gorduras monoinsaturadas, que entre outras coisas ajudam a regular a insulina no organismo. Já o óleo de canola é um bom reservatório de ácidos graxos poli-insaturados, como os ômegas 3 e 6. Juntos, os dois ômegas regulam respostas inflamatórias do organismo. E, acredite, reações inflamatórias fora dos eixos prejudicam o sistema cardiovascular. Portanto, não use o azeite em detrimento do óleo de canola, ou vice-versa. Procure lançar mão de uma pitada dos dois em suas refeições. Você pode, por exemplo, refogar um legume com o de canola e deixar o azeite para temperar a salada de folhas.

28. Para a saúde, o óleo de canola seria superior ao óleo de soja?
Muitos especialistas acreditam que sim. É que o óleo de canola oferece a melhor proporção de gorduras poli-insaturadas. Em outras palavras, ela conta com um ótimo equilíbrio entre ácidos graxos ômega. Quando eles se encontram na proporção de 6 gramas de ômega-6 para 1 grama de ômega-3, as defesas do organismo ficam mais a postos, por exemplo.

29. Por que nas embalagens de óleos vegetais está escrito que eles não contêm colesterol?
Porque a lei manda. Mas, cá entre nós, é impossível um óleo vegetal conter colesterol, seja ele qual for. Ora, o colesterol só está presente em alimentos de origem animal, como carnes, leite e ovos. A advertência já rendeu muita piada entre os especialistas. Mas há quem defenda que é válida para orientar consumidores leigos.

30. Existem frutas que são muito gordurosas?
Existem. É o caso do abacate e do coco. O primeiro é uma grande fonte de gorduras monoinsaturadas. Benéficas, elas ajudam a regular a função da insulina no organismo. Já o coco, infelizmente, está cheio de ácidos graxos saturados. Uma vez no organismo, eles destrambelham os níveis de colesterol.

31. Pode alguma bebida, como um chá quente, ajudar na digestão das gorduras? Não pode. Nenhum suco ou chá será capaz de facilitar a digestão de gorduras, especialmente se a refeição foi recheada delas. Aliás, nunca se empanturre de itens gordurosos confiando na promessa de um chá supostamente digestivo, que será servido depois da sobremesa. Algumas ervas até atuam na digestão. Porém, para isso, você precisaria beber a infusão minutos antes de comer, como se estivesse preparando o terreno do aparelho digestivo para o que der e vier. Nunca depois.

32. Pode aquele petisco cheio de gordura atrasar a absorção de bebidas alcoólicas e evitar a embriaguez?
Pode. Não à toa, os bares colocam amendoim à mesa e servem queijos, linguiças e outros itens lotados desse nutriente. Mas, por favor, não vá achando que, se você exagerar na caipirinha, uma boa dose de gordura evitará o porre imediato e a ressaca do dia seguinte. Quando você está bem alimentado, o álcool só irá demorar mais para fazer efeito — mas fará.

33. É verdade que faz bem comer certos queijos gordos porque eles têm uma substância chamada CLA?
É verdade desde que você não esteja fazendo regime para emagrecer, claro. O CLA é um ácido graxo que ajuda seu organismo a eliminar o excesso de gordura visceral, aquela que se acumula bem na linha da cintura, entre os órgãos do abdômen. Ele está presente nos queijos e, diga-se, os tipos magros também o contêm. No entanto, quanto mais gordura o queijo tiver, maior a quantidade da substância. Ou seja, um parmesão tem mais CLA do que um queijo branco.

34. As gorduras das nozes e das castanhas são totalmente do bem?
São, mas é claro que, se elas forem consumidas em excesso, vão contribuir para disparar o ponteiro da balança. Ingeridas com moderação no dia-a-dia, porém, nozes e castanhas oferecem boas doses de gorduras insaturadas, as que protegem o sistema cardiovascular. Sem contar que são ricas em antioxidantes, as substâncias que lutam contra os radicais livres e nos protegem de diversos males, como o câncer.

Fonte: Revista Saúde - Janeiro/10

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SEUS HORMÔNIOS ESTÃO LHE TIRANDO DO SÉRIO? EXERCITE-SE!


Os hormônios ovarianos têm papel primordial no controle do metabolismo hepático. Pesquisas sugerem que a prática de exercícios físicos são uma ótima alternativa à reposição hormonal, prevenindo o quadro do fígado gorduroso, um dos sintomas característicos da menopausa. Saiba mais sobre este estudo aqui.


A menopausa é caracterizada pela redução drástica na produção dos hormônios estrógeno e progesterona pelos ovários. Não é uma doença, é apenas um estágio na vida da mulher. A principal característica da menopausa é a parada das menstruações. No entanto em muitas mulheres, ela se anuncia por irregularidades no ciclo menstrual como: menstruações menos ou mais frequentes, hemorragias ou sangue escasso. Não existe idade predeterminada para a menopausa. Geralmente ocorre entre os 45 e os 55 anos, mas também pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que isto seja um problema (Pérez-López et al 2009).



Os hormônios ovarianos têm papel primordial no controle do metabolismo lipídico hepático. Esses hormônios modulam o empacotamento, exportação e oxidação de lipídios no fígado. A sua ausência ocasiona em muitos casos o quadro do fígado gorduroso. Frequentemente, mulheres em menopausa fazem reposição hormonal para amenizar os diferentes efeitos colaterais decorrentes da queda dos hormônios. No entanto, tal reposição é custosa e pode trazer alguns desconfortos, além de aumentar a probabilidade de desenvolvimento de algum tipo de tumor (Bluming e Tavris 2009).


Digno de nota, o grupo do Prof. Dr. Jean Marc Lavoie (Department of Kinesiology, University of Montreal) vem desenvolvendo pesquisas com ratas ovarectomizadas (modelo animal que simula o estado da menopausa em mulheres) com o intuito de explorar os exatos mecanismos da queda dos hormônios ovarianos e sua relação com o acúmulo de gordura no fígado. Seus estudos exploram em especial o metabolismo lipídico hepático (quadro do fígado gorduroso) associando-o à reposição de estrógeno, ou aplicação do protocolo de treinamento aeróbio e a associação de ambos os tratamentos (reposição de estrógeno mais treinamento aeróbio). Seus resultados demonstram que a reposição hormonal assim como a aplicação do protocolo de treinamento aeróbio durante oito semanas previne o acúmulo de gordura no fígado das ratas “menopausadas”. Porém, nenhum efeito aditivo foi encontrado nas ratas treinadas que tiveram reposição hormonal.


Em poucas palavras, a realização do exercício aeróbio de maneira crônica é tão eficiente quanto a reposição hormonal no que diz respeito à prevenção do quadro do fígado gorduroso. Não podemos esquecer que a terapia da reposição hormonal tem custo elevado e ainda pode aumentar as chances de surgimento de tumores.



Fonte: Proximus Tecnologia - Autor: Fábio Santos Lira - Mestre em Biologia Celular (ICB-USP)Doutorando em Fisiologia da Nutrição (UNIFESP)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Conheça os dez maiores mitos dos exercícios físicos


Muita gente acha que malhar com agasalhos ajuda a emagrecer, mas especialistas discordam.

O Assunto a seguir veio na hora certa... No sábado escutei na rádio Gaúcha AM e hoje saiu no jornal ZH (pg 40) que o jogador do Inter, Guiñazu foi correr de AGASALHO e desmaiou. O argentino obviamente não acatou a ordem de seu preparador físico. Isso acontece MUITO com pessoas que querem emagrecer, pois se iludem que suando mais estão perdendo gordura. Isso não ocorre, o que ocorre é desidratação (perda de líquido). Assim como esse MITO, há mais 9 para que vocês possam tirar suas dúvidas. A reportagem abaixo apareceu no fantástico de ontem...


Boa leitura... Ótimo 2010 pra todos!!!

Ah, se preferir, olhe o vídeo...

http://www.youtube.com/watch?v=IAfmbrLh1jY ou aí no blog...

Bjos... Lú

No calçadão, na areia, nas academias. Haja ginástica para fazer bonito no verão. Mas será que o povo está malhando certo? O Fantástico convidou o professor de educação física João Pedro Werneck, especialista em fisiologia do exercício, para desvendar os dez maiores mitos que confundem as pessoas na hora de malhar.

Mito 1: abdominal faz perder barriga

“É um mito em que toda mulher cai”, João Pedro Werneck, que é coordenador do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Na hora em que você está fazendo, questiona se é verdade. Como não custa nada, fazemos mais um pouquinho. Na dúvida, acho que pecamos pelo excesso”, diz a comerciária Regina Bastos.


Pecamos mesmo. E a explicação é simples. “A perda de gordura não acontece de forma local e sim no corpo inteiro”, diz João Pedro Werneck.


Quer dizer: o abdominal fortalece a musculatura, mas, sozinho, não queima a gordura localizada especificamente na barriga, aquela que todo mundo quer perder.


"A melhor estratégia seria combinar os abdominais com exercícios de corrida ou bicicleta, em que temos um gasto energético maior", ensina João Pedro Werneck.


Mito 2: quanto maior o suor, maior o emagrecimento

"Suar muito durante a atividade física significa que estamos perdendo muitas calorias?", pergunta a administradora Cássia de Oliveira.


"Não necessariamente. O emagrecimento que acontece com o suor representa apenas perda de água e não realmente de gordura", responde João Pedro Werneck.


Mito 3: malhar de roupa preta, com agasalhos ou debaixo de sol forte emagrece mais

“Vemos muito por aí o pessoal todo encasacado, achando que assim vai emagrecer mais rápido. E isso não é verdade”, aponta a professora Marcela Cardoso.


“Já ouvi dizer que correr no sol é bom”, diz o economista Antônio Coelho.


“Isso é um mito. Correr em ambientes com temperaturas muito altas pode diminuir o seu desempenho físico. Consequentemente, você vai gastar até menos caloria para fazer uma atividade física”, explica João Pedro Werneck.


Mito 4: suor libera toxinas do organismo

“Dizem por aí que o fato de suar durante a atividade física ajudaria a eliminar toxinas do seu organismo. Na verdade, isso é um mito. O suor é, basicamente, água e alguns sais minerais”, desmistifica João Pedro Werneck.


Mito 5: o exercício só funciona quando sentimos dor no dia seguinte

“Antigamente eu achava que malhar tinha que arder muito. Tinha que pegar muito pesado”, conta a artesã Maria Tereza San Martin.


“É muito comum as pessoas ingressarem em um programa de exercício físico, começarem a sentir algumas dores musculares ao longo das primeiras semanas e quando passam a não sentir mais essa dor acharem que o exercício já está ineficaz. Parar de sentir dor é normal. É uma adaptação do músculo ao exercício que você começou a fazer”, afirma João Pedro Werneck.


Mito 6: o exercício só começa a funcionar depois de meia hora

“São programados exercícios com mais de 20 a 30 minutos porque menos do que isso, em intensidades moderadas, o gasto energético em uma sessão de exercícios é muito pequeno”, comenta João Pedro Werneck. É pequeno, mas existe. “Quem acha que a partir do 30º minuto é que começa a ter uma queima de gordura e acha que os minutos anteriores foram inúteis deve perder essa ideia, porque esses 30 minutos iniciais foram fundamentais e induziram ao gasto energético”, completa João Pedro Werneck.


Mito 7: é melhor não fazer nada do que ser atleta de final de semana

“Não é verdade. Você deve introduzir atividade física na sua vida mesmo que isso seja pelo menos de final de semana. A única coisa que recomendamos é que isso não seja feito em excesso. O problema são 'outros' atletas de finais de semana que querem compensar a semana inteira fazendo até quatro horas de atividade física em um ou dois dias”, alerta João Pedro Werneck.


Mito 8: subir escadas é suficiente para queimar gordura localizada

“Me disseram um dia que subir escada ajudava a emagrecer. Eu tomei isso como uma verdade universal”, diz a produtora cultural Lílian Sapucahy.


“As pessoas acham que só o fato de abandonar o elevador e subir dois, três lances de escada, eventualmente, duas, três vezes por semana, vai levar ao emagrecimento”, diz João Pedro Werneck.


Não é bem assim. Subir escada vale como complemento a outras atividades físicas, feitas de maneira regular.


Mito 9: não se deve beber água durante o exercício

“O que acontece é o contrário. A desidratação durante a atividade física pode fazer o desempenho diminuir”, comenta João Pedro Werneck.


“Sempre que eu quiser, posso beber água?”, questiona a enfermeira Renata Ribeiro.


“Sempre quando sentir sede. A sede é um bom parâmetro para você se hidratar durante a atividade”, aconselha João Pedro Werneck.


Mito 10: malhar em jejum emagrece

“Eu não como nada. Acho que eu estou errada”, diz a empresária Maria do Nascimento. E está mesmo.


“As pessoas acham que malhar em jejum aumenta o emagrecimento. Na verdade, o jejum é perigoso. A baixa de glicose no sangue pode fazer você até desmaiar”, alerta João Pedro Werneck.


Então, nada de fazer exercício de barriga vazia e prefira alimentos leves.


Falando nisso, no nosso site, você encontra um especial sobre nutrição e atividade física.


“O que interessa mesmo para o emagrecimento é um balanço entre o que você come e o que você gasta de energia”, diz João Pedro Werneck.


Entre em forma com mais saúde!


Fonte: Fantástico - 10.01.10

sábado, 2 de janeiro de 2010

Banho de Sol - Reveja seus erros


Como mudar hábitos de risco para uma temporada ao sol mais saudável


O conhecimento dos malefícios do sol não foi acompanhado, conforme o esperado, da redução dos casos de câncer de pele. Pelo contrário, nas últimas décadas a escalada da incidência foi tão acentuada que este se tornou o tumor mais frequente na população, especialmente entre gaúchos e catarinenses.


Na última campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em dezembro, 10% das 2.490 pessoas que procuraram o atendimento gratuito no Rio Grande do Sul tinham lesões suspeitas e foram encaminhadas para avaliação médica. Esse percentual se mantém sem sinais de queda.


– Embora toda a informação sobre os riscos da exposição excessiva ao sol, a incidência de câncer de pele não vem diminuindo, o que épreocupante – avalia a coordenadora da campanha no Estado, a dermatologista Berenice Capra.

O gaúcho tem características que o tornam particularmente mais suscetível. A primeira delas é a descendência europeia. Pessoas de pele branca estão mais propensas a sofrer queimaduras solares, que estão na origem do câncer, porque têm uma menor proteção natural, conferida pela pigmentação da pele. A segunda é uma combinação de clima com comportamento. Até meados da década de 30, o chique era ter pele clara e cobrir o corpo o máximo possível, inclusive na praia. Em menos de 70 anos, o padrão de beleza se inverteu. O elegante é ficar bronzeado, e os trajes de banho se tornaram sumários. Os gaúchos acompanharam a tendência mundial, com uma desvantagem. O hábito de torrar no sol durante o verão e permanecer branco na maior parte do ano é mais prejudicial do que pequenas quantidades de sol diário de janeiro a dezembro.


– Cerca de 80% da radiação maléfica para a pele, a que envelhece, provoca câncer e manchas, são recebidos antes dos 20 anos. O câncer da pele aos 40 anos teve início lá na infância, é cumulativo – explica o dermatologista Lúcio Bakos.


Médicos contam hoje com equipamentos que examinam manchas e sinais suspeitos sem precisar de cirurgia. Mas eles não são os únicos aliados. A mulher é protagonista no combate à doença. Segundo o doutor em Dermatologia Humberto Antônio Ponzio, estudos revelam que é ela quem primeiro detecta um sinal do pior câncer de pele, o melanoma, em si própria, depois é o médico e, em terceiro lugar, o marido. Quando o sinal suspeito é no marido, a ordem de detecção é a mesma.


O Caderno Vida ouviu cinco dermatologistas e um cirurgião especializado em melanoma para saber quais os pecados que as pessoas mais cometem sob o sol – e como garantir a absolvição.


1 Usar pouco filtro solar porque provoca espinhas
Filtro solar pode dar espinha, sim. Uma pessoa sem acne pode até desenvolver o problema ao usar protetores. Mas isso somente ocorre nos casos em que o produto é contraindicado ao tipo de pele. Pessoas de pele oleosa não podem usar cremes ou loções gordurosos e devem apelar aos chamados oil free.


– O mais comum é a pessoa achar que tem a pele resistente quando não tem ou que tem a pele seca quando ela é normal. Esses erros levam não só a usar filtros errados como a expor a pele a queimaduras sem saber que elas jamais se bronzearão, como é o caso das pessoas ruivas – alerta Humberto Antônio Ponzio.


Uma consulta ao dermatologista é suficiente para tirar suas dúvidas. Em geral, os protetores que atendem aos tipos de pele específicos são mais caros que os destinados para a pele normal. Mas para ficar imune às espinhas e a eventuais alergias que possam surgir, sempre vale a pena gastar mais.


2 Pegar sol para melhorar a acne
É fato. O sol melhora o aspecto da acne do rosto porque simula um efeito bactericida, de secar a inflamação. Mas não se engane: a melhora é efêmera, e o problema piorará após a exposição.


– O sol provoca hiperqueratose, o espessamento das células mortas. O problema contribui com as causas da acne, aumentando o aparecimento das espinhas tempo depois de se expor ao sol – diz a dermatologista do Hospital Moinhos de Vento Márcia Donadussi.


Para quem tem espinhas nas costas, o efeito do bronzeado é sempre maléfico. Sérgio Celia, dermatologista do Hospital São Lucas da PUCRS, explica que secar a pele o sol aumenta sua espessura, o que causa o entupimento dos folículos e o agravamento da acne. Mas os efeitos podem ser amenizados se for respeitada a regra de se bronzear gradativamente, fora do horário das 11h às 16h e com filtro solar aplicado abundantemente a cada duas horas ou após o mergulho.


– Não há problema em se bronzear dessa forma. Sempre costumo dizer que o tamanho da sua sombra é o tamanho da sua proteção. Deve-se ir à praia quando a sombra está grande – recomenda Sérgio Celia.


3 Não acertar na escolha do protetor

Grande parte da população escolhe os filtros pelo fator de proteção solar (FPS), sigla que indica o grau de proteção aos raios ultravioletas do tipo B (UVB), o principal causador do câncer de pele e das queimaduras. Mas o FPS não é o único indicador de proteção. A radiação UVA, incidente sobre a terra do raiar ao pôr do sol, é igualmente nociva, o que obrigou a indústria farmacêutica a dotar os filtros com Persistent Pigment Darkening (PPD).


– O PPD deve ser um terço do FPS. Se o FPS é 30, o PPD deve ser 10 – diz a dermatologista Célia Kalil.Grande parte dos gaúchos, descendentes europeus, não pode usar filtro com FPS inferior a 30.


4 Reaplicar o filtro apenas no rosto

É comum proteger o rosto com filtro e esquecer do resto do corpo – ou não caprichar como deveria na aplicação.


– As pessoas acreditam que só o rosto merece proteção redobrada – diz o cirurgião Felice Riccardi, chefe do Núcleo de Melanoma do Hospital Santa Rita da Santa Casa.


O tipo mais agressivo de câncer de pele, o melanoma, aparece com mais frequência, nas mulheres, nas coxas. Nos homens, é no dorso. A aplicação deve ser generosa em todo o corpo, sem esquecer das mãos, dos pés e das orelhas. Um adulto, à beira-mar, deve usar 30 gramas de protetor (uma xícara de cafezinho) em todo o corpo.


5 Torrar em apenas um final de semana

O corpo leva um tempo para ficar bronzeado. Torrar ao sol em um único fim de semana inteiro é um erro grave.


– A cor não virá, e o risco de queimaduras é muito alto – altera Márcia Donadussi.


Segundo Célia Kalil, expor-se ao sol além da conta em períodos curtos é mais agressivo e predispõe mais ao câncer de pele do que ficar bronzeado o ano inteiro. Essa é uma das explicações para Rio Grande do Sul e Santa Catarina terem a maior incidência de câncer de pele do país. Devido ao clima, gaúchos e catarinenses frequentam as praias – e exageram na dose – no veraneio.


6 Esquecer de proteger os lábios

A pele do rosto costuma atrair toda sorte de cuidados, mas uma região especialmente sensível acaba ficando desprotegida: os lábios.


– Há risco de câncer com potencial agressivo – detalha Célia Kalil.Os mais afetados são os lábios inferiores. Um dos tipos de câncer de pele, o carcinoma epidermoide, aparece com frequência nessa região. Pessoas que fumam e tomam mate diariamente estão mais vulneráveis. Segundo o professor de Medicina da UFRGS Lúcio Bakos, calor crônico de cigarros de palha e das bombas de chimarrão podem se somar às queimaduras do sol, produzindo uma lesão áspera e esbranquiçada, que pode evoluir para o carcinoma.


Para proteger os lábios do sol, esqueça brilhos e a manteiga de cacau, que só lubrificam. Por causa da cor, os batons conferem uma proteção física equivalente ao FPS 4, mas com pouca duração. O mais indicado é optar pelos que contêm filtro solar, com FPS 30, no mínimo. A recomendação também vale para os homens.


7 Preparar-se com autobronzeamento

Os cremes autobronzeadores são os mais indicados para quem quer ficar com a pele bronzeada sem os malefícios do sol. Eles não têm contraindicação e, nos últimos anos, conferem um tom menos alaranjado do que os do passado. Mas não se engane: eles não aumentam a resistência ao sol.


– As mulheres acreditam que, passando autobronzeador, estão preparando a pele para o sol e se expõem com menos proteção. O risco de queimaduras não diminui – alerta Márcia Donadussi.


A maior vantagem do autobronzeador, diz Márcia, é reduzir a necessidade de se expor ao sol. Na praia, com autobronzeado ou sem, o filtro solar volta a ser um item básico.


8 Ficar muito tempo com roupas úmidas

Calor e umidade não combinam, mas é na praia que eles mais se encontram. Ficar com biquíni ou calção molhado ou camisetas suadas por muito tempo abre a porta para o aparecimento de fungos na pele. A situação pode se agravar com o uso tecidos sintéticos, como o náilon.


As doenças de pele causadas por fungos deixam áreas avermelhadas, sensíveis, causam coceira, ardência e podem criar prurido. Para evitar o incômodo, a dermatologista Márcia Donadussi recomenda trocar o biquíni ou o calção molhado, inclusive de crianças, que costumam ficar à sombra e, por isso, permanecem mais tempo com a roupa de banho molhada. Quem faz esportes ao ar livre pode optar por roupas de tecidos que facilitam a transpiração. Geralmente, elas vêm com a inscrição “dry fit” na etiqueta.


9 Não incluir frutas e verduras no prato

Estudos americanos mostram que filtros solares com FPS 15 conseguem bloquear até 94% da radiação ultravioleta. Mas esses 6% que conseguem penetrar na pele podem aumentar a produção dos radicais livres, que causam o envelhecimento cutâneo.


A solução para dirimir os danos está no prato. O mesmo estudo da Universidade de Illinois (EUA) que mostrou a eficácia parcial dos protetores revelou que frutas e verduras com vitamina C e betacaroteno ajudam o organismo a aumentar a resistência natural da pele ao sol. A mais conhecida delas é a cenoura, mas não é a única. Essas substâncias do bem também estão presente na laranja, no mamão e na maioria das verduras.


Ingerir de três a quatro porções diárias de frutas, conforme o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é suficiente para munir as defesas contra os raios ultravioletas. Em alguns casos, você pode apelar para uma suplementação, após uma consulta médica. Mas é sempre mais indicado – e mais gostoso – optar pelos alimentos in natura.


10 Fumar e exagerar na exposição ao sol

Há dois tipos de envelhecimento. Um deles é o natural, que mostra seus sinais com o passar dos anos. O outro tipo vem de fora, oriundo de maus hábitos no dia a dia. No verão, os fumantes estão especialmente mais suscetíveis a agravar as rugas da idade. De acordo com Sérgio Celia, o tabagismo potencializa os efeitos maléficos do sol, e vice-versa:


– Eles não se somam, mas se multiplicam.


É possível notar as consequências da mistura do cigarro com o sol. Uma deles é a sensação de aumento da espessura da pele, uma clara manifestação de como o organismo arma suas defesas contra agentes agressores. Em mulheres, ocorre o surgimento das manchas escuras, especialmente no rosto. O mais comum, porém, é o aparecimento de pequenos sinais brancos e lisos, semelhantes a micoses, nas partes mais expostas ao sol, principalmente nos braços e nas pernas de pessoas mais velhas. Segundo Celia, esse tipo de mancha indica a morte da célula de melanina, o melanócito, devido à constante exposição solar.

Especialistas consultados para esta reportagem: Célia Kalil, Márcia Donadussi, Humberto Ponzio, Lúcio Bakos e Sérgio Celia, dermatologistas, e Felice Riccardi, cirurgião oncologista


Fonte: Caderno Vida - Zero Hora - 02.01.10