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quarta-feira, 24 de junho de 2009

TRANSTORNOS ALIMENTARES - PARTE 3


COMPULSÃO ALIMENTAR


A compulsão alimentar se caracteriza pela ingestão de grandes quantidades de alimento, mesmo quando a pessoa não está com fome. Ela “come” por ansiedade, estresse ou outra emoção negativa, como a frustração e a inadequação.
Compulsão alimentar é um transtorno sério que afeta 3 a 5% dos homens e mulheres americanos. Ela pode ser temporária (ou epsódica) ou patológica. Ela tem base em quadros de ansiedade e muitas vezes pode fazer parte de um diagnóstico de depressão.


Características da compulsão alimentar:


1. Ingestão de grande quantidade de alimentos num período curto de tempo. Existem casos de pessoas que chegam a ingerir 5.000 calorias em um período de 2 horas (compulsões graves). Estes epsódios são chamados de “ataques” de compulsão alimentar e não são motivados apenas por uma fome orgânica. Mesmo que exista a fome orgânica, "gatilhos" de fundo psicoemocional, normalmente ligados ao afeto e ao humor, também estão essencialmente acontecendo;

2. Sensação de descontrole e impotência. O que leva uma pessoa a cruzar a linha que separa o comportamento não-compulsivo do patológico é uma dúvida que nem os médicos sabem responder. Mas existem estudos que relacionam esta doença às funções da região pré-frontal do cérebro e se acredita que o transtorno é consequência de um desequilíbrio neuroquímico;


3. Preferência por alimentos mais calóricos e "vazios" como os doces, as frituras e as massas;


4. Comer mais rápido do que o normal, na maioria das vezes não deixando tempo para apreciar o sabor dos alimentos, ou seja, sem prazer;


5. Comer até acabar o prato, a embalagem, se sentir cansado ou com mal-estar. A sensação física de desconforto grastrointestinal é freqüente e resulta do grande volume de alimento ingerido;


6. Comer escondido por vergonha. O isolamento social ocorre pela aparência física (é comum casos de obesidade e obesidade mórbida), como pelo tempo para executar e se recuperar dos ataques de compulsão;


7. Após o episódio compulsivo, surgem sentimentos de culpa, frustração, além de auto rejeição o que causa cada vez mais baixa auto-estima e sensação de fracasso. São freqüentes e comuns os sentimentos de vergonha, auto depreciação, culpa, ansiedade e depressão.


A conseqüência mais evidente da compulsão alimentar é o aumento de peso. A maioria apresenta excesso de gordura corporal e obesidade em graus variados, o que freqüentemente resulta em complicações médicas como doenças cardiovasculares, hipertensão, colesterol e triglicérides elevados, diabetes tipo 2 e gota.


O que fazer?


Existem duas razões básicas para o alimentar-se: nutrição e prazer. Portanto, alimentar-se é uma decisão consciente.


Comer é colocar qualquer coisa goela abaixo e geralmente não é uma decisão consciente.


Na compulsão nem a nutrição, nem o prazer estão presentes. Geralmente as escolhas não são benéficas ao organismo, e não existe uma satisfação, pois caso existisse aconteceria a saciedade.


O que fazer para mudar? Reconhecer que existe um problema. Reavaliar as crenças sobre a finalidade da alimentação.


Cabem 2 perguntas básicas:


1. Que buraco estou buscando tampar com esta compulsão?


2. Que necessidades estou tentando satisfazer através da comida?Importante perceber que a pessoa pode ter vontade de comer, sem necessariamente estar com fome. Por isso, se dar a oportunidade – o tempo – para dialogar com o seu corpo e observar se está sentindo fome, ou solidão, tédio, frustração, incapacidade afetiva, etc.


Todos os casos de compulsão, até os mais graves, são tratáveis. Entretanto, o tratamento é multidisciplinar:


Um psicólogo irá ajudar o paciente a descobrir os "por quês" do seu comportamento compulsivo e novas maneiras de lidar com as questões psicoemocionais que desencadeiam este tipo de comportamento. Existem relatos de pessoas que se “curaram” com tratamentos tipo “compulsivos anônimos”.


Um nutricionista é indicado para a reeducação e planejamento alimentar.


Atividades físicas, de lazer, de relaxamento, de meditação e artísticas também serão importantes, não só para desviar a atenção, como também para provocar uma nova alquimia no corpo e no cérebro.


Ao mesmo tempo, em último caso, ou seja, dependendo do grau, existem novos medicamentos que são úteis na redução da compulsão e no controle dos transtornos associados como a ansiedade e a depressão, que podem ser indicados por um médico.


O que não fazer?


Não faça dietas restritivas e sem a orientação de um profissional qualificado. Muitas vezes a compulsão alimentar é desencadeada por dietas restritivas.

Não se automedique com drogas para emagrecer, pois elas podem complicar o quadro, muitas vezes de forma irreversível ou letal.


Não se isole socialmente, pois tal comportamento só retroalimenta os “ataques” de compulsão. Jamais deixe de buscar ajuda. Lembre que a ótica do seu cérebro não é real.


Não faça as suas compras quando está mais fragilizado emocionalmente. O que você comprar você irá comer. O certo é ter uma despensa sem muitas tentações.

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