
Alterações provocadas pela gravidez no
aparelho locomotor
Praticamente todas as mulheres grávidas experimentam
algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez.
Estima-se que cerca de 25% delas apresentem ao menos
sintomas temporários.
As mulheres grávidas apresentam um risco aumentado de
queixas musculoesqueléticas, principalmente lombalgia. A
mudança do centro de gravidade, a rotação anterior da pelve,
o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade
ligamentar são os principais responsáveis pelos sintomas. Já
foi demonstrado que um programa de exercícios executado
três vezes por semana durante a segunda metade da gravidez parece colaborar na redução da intensidade das dores lombares, aumentando também a flexibilidade da coluna.
Benefícios do exercício na gravidez
As mulheres sedentárias apresentam um considerável declínio do condicionamento físico durante a gravidez. Além disto, a falta de atividade física regular é um dos fatores associados a uma susceptibilidade maior a doenças durante e após a gestação.
Há um consenso geral na literatura científica de que a manutenção de exercícios de intensidade moderada durante uma gravidez não-complicada proporciona inúmeros benefícios para a saúde da mulher.
Apesar de ainda existirem poucos estudos nesta área, exercícios resistidos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, complicações na gestação ou relativas ao peso do feto ao nascer. Conseqüentemente, a mulher passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais decorrentes desse período.
A atividade física aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir riscos de diabetes gestacional, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e
aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina.
Os estudos também mostram que a manutenção da prática regular de exercícios físicos ou esporte apresenta fatores protetores sobre a saúde mental e emocional da mulher durante e depois da gravidez. Além disso, existem dados sugestivos de que a prática de exercício físico durante a gravidez exerce proteção contra a depressão puerperal.
Na literatura há alguns estudos envolvendo exercícios para a musculatura pélvica durante a gravidez. Eles são unânimes em afirmar os benefícios deste tipo específico de exercício
como forma de prevenção à incontinência urinária associada à gravidez.
Riscos para o feto
A prática de exercícios acarreta riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do exercício seja muito alta, criando um estado de hipóxia para o feto, em situações em que haja risco de trauma abdominal e em situações de hipertermia da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento intra-uterino e prematuridade.
Há algumas evidências de que a participação em exercícios de intensidade moderada ao longo da gravidez possa aumentar o peso do bebê ao nascer, enquanto que exercícios mais intensos
e com grande freqüência, mantidos por longos períodos da gravidez, possam resultar em crianças com baixo peso.
Alguns estudos experimentais com animais demonstraram que temperaturas corporais acima de 39°C podem resultar em defeitos de fechamento do tubo neural, que deve ocorrer normalmente por volta do 25o dia após a concepção. Embora esse risco não tenha sido confirmado em humanos, sugere-se evitar sempre situações que resultem em hipertermia materna durante o primeiro trimestre de gravidez.
Durante o período de amamentação, desde que a ingesta calórica e hídrica da mãe se mantenha normal, os exercícios leves a moderados não afetam a quantidade ou a composição do leite, e por isso não exercem qualquer impacto sobre o crescimento do lactente.
Contra-indicações de exercício durante a gravidez
O exercício regular é contra-indicado em mulheres com as seguintes complicações:
Contra-indicações absolutas
Doença miocárdica descompensada
Insuficiência cardíaca congestiva
Tromboflebite
Embolia pulmonar recente
Doença infecciosa aguda
Risco de parto prematuro
Sangramento uterino
Isoimunização grave
Doença hipertensiva descompensada
Suspeita de estresse fetal
Paciente sem acompanhamento pré-natal
Contra-indicações relativas
Hipertensão essencial
Anemia
Doenças tireoidianas
Diabetes mellitus descompensado
Obesidade mórbida
Histórico de sedentarismo extremo
Prescrição dos exercícios
Todas as mulheres que não apresentam contra-indicações devem ser incentivadas a realizar atividades aeróbias, de resistência muscular e alongamento. As mulheres devem escolher atividades que apresentem pouco risco de perda de equilíbrio e de traumas. O trauma direto ao feto é raro, mas é prudente evitar esportes de contato ou com alto risco de colisão.
Deve-se tomar o cuidado de não se exercitar vigorosamente em climas muito quentes e de prover a hidratação adequada, de modo a não prejudicar a termorregulação da mãe.
Com base em pesquisas na área de exercício e gravidez, o Sports Medicine Australia elaborou as seguintes recomendações:
- em grávidas já ativas, manter os exercícios aeróbios em intensidade moderada durante a gravidez;
- evitar treinos em freqüência cardíaca acima de 140 bpm. Exercitar-se três a quatro vezes por semana por 20 a 30 minutos. Em atletas é possível exercitar-se em intensidade mais alta com segurança;
- os exercícios resistidos também devem ser moderados. Evitar as contrações isométricas máximas;
- evitar exercícios na posição supina;
- evitar exercícios em ambientes quentes e piscinas muito aquecidas;
- desde que se consuma uma quantidade adequada de calorias, exercício e amamentação são compatíveis;
- interromper imediatamente a prática esportiva se surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tontura, náusea ou vômito, palpitações e distúrbios visuais;
- não existe nenhum tipo específico de exercício que deva ser recomendado durante a gravidez. A grávida que já se exercita deve manter a prática da mesma atividade física que executava antes da gravidez, desde que os cuidados acima sejam respeitados.
FONTE: Rev Bras Reumatol, v. 45, n. 3, p. 188-90, mai./jun., 2005
Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Recebido em 15/02/2005. Aprovado, após
revisão, em 29/04/2005.
TENHO 36 ANOS E DESCOBRI A UMA SEMANA Q ESTOU GRÁVIDA, FAÇO EXERCÍCIOS FÍSICOS A QUASE TRÊS ANOS 5 VEZES P SEMANA DURANTE MAIS OU MENOS 3 HORAS, (GINÁSTICA LOCALIZADA, JUMP, STEP, ESTEIRA, BICICLETA E ELÍPTICO). AGORA DEI UMA MANEIRADA PQ MEU MÉDICO DISSE Q SÓ POSSO FAZER CAMINHADA E HIDROGINÁSTICA,MAS ANTES DE DESCOBRIR Q ESTAVA GRÁVIDA FIZ TD ISSO C MUITA INTENSIDADE (TO C 5 SEMANAS) E, LENDO O ARTIGO FIQUEI PREOCUPADA DE TER PREJUDICADO MEU BEBE, LEMBRANDO Q Ñ PLANEJEI A GRAVIDEZ, VC PODE ME DAR UMA ORIENTAÇÃO? DEVO SEGUIR AS RECOMENDAÇOES MÉDICAS OU CONTINUAR AS ATIVIDADES DE MANEIRA MODERADA, POIS PERDI 16 KL A 3 ANOS ATRÁS E Ñ CONSIGO MAIS VIVER SEM ATIVIDADE FÍSICAA, FORA O MEDO DE ENGORDAR DE NOVO.....
ResponderExcluirOlá! Não se preocupe pois você não prejudicou seu filho porque seu corpo já estava acostumado com os estímulos dados. A partir de agora você pode continuar com as atividades de firma moderada. Não pode fazer Jump porque pode ocorrer descolamento de placenta. Diminua o tempo de treino diário e faça musculação ou localizada aliada a uma atividade aeróbia de baixo impacto. Procure um prof de EF formado para te dar um treino especifico para essa fase (gravidez)! Espero ter ajudado! Abraço e uma boa hora para você!
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